Letras cholas imagenes

Como alfabetizar uma criança? (7 anos, autista)

2024.05.16 16:12 Taichi_78 Como alfabetizar uma criança? (7 anos, autista)

Bom dia, venho aqui pedir ajuda, vou escrever um paragrafo de contexto rápido e deixar o link para um post que fiz semana passada no PsicologiaBR caso queiram mais detalhes, peço desculpas se a flair estiver errada
Resumo: Eu(Homem, 19 anos) do curso de psicologia 3º período comecei um estagio, acabei como professor de apoio de um aluno autista, ele é bem comportado, mais quieto, tem um pouco de dificuldade na fala, mas não tem problema em interagir com as outras crianças, brincar e etc, mas ele não sabe ler ou escrever, ele não sabe sequer o alfabeto, estou muito perdido, não tenho supervisão ou direção, mas eu realmente quero ficar por causa do dinheiro, das horas, e é um lugar perto de casa, acho que o que me resta é tentar alfabetizar ele, espero que não soe insultante eu no terceiro período de outro curso tentar fazer um trabalho que outros da área já devem ter tentado, não acho uma boa linha de raciocínio pois toda profissão tem profissionais incapazes, sem empatia e etc.
Eu ando vendo uns vídeos, mas venho aqui pedir ajuda de vocês sobre como proceder, o meu "Plano" atualmente, é tirar ele de sala, apresentar a ele o alfabeto, letra por letra, ensinar o que é consoante e vogal, ensinar ele silabas combinações como "ba, be, bi, bo, bu" (ele entende claramente as outras pessoas e sabe falar, mas ele fala muito baixo e alguns sons saem estranhos, não reparei um padrão ainda, meu ponto sendo eu acho que ele tem plena capacidade de aprender, só que não teve uma boa educação)
Quanto a escrever, minha letra ser horrível pode ser um obstáculo em ensinar? não sei se funciona assim, com um caderno de caligrafia ele consegue imitar a letra da professora e escrever certinho
Ele esta atualmente no segundo ano, eu posso na posição de professor de apoio pegar material da professora do primeiro ano por exemplo pra usar? imagino que ela deve ter talvez cadernos? livros? coisas com as silabas e etc, imagens pra associar palavras e sons aos objetos devem ajudar também
Obrigado por lerem desde já
submitted by Taichi_78 to ProfessoresBR [link] [comments]


2024.05.16 02:09 NicolasOC Acá uno con mejor calidad de imagen, alguien podría sacarle la letra?

Acá uno con mejor calidad de imagen, alguien podría sacarle la letra? submitted by NicolasOC to CuartetoDeNos [link] [comments]


2024.05.13 23:57 Efficient-Low1813 ayúdame a buscar una cancion de un canal que ya no existe

hace varios meses desaparecido Dubstep heaven un canal que tenia un estilo casi igual a DubstepGutter, es ese canal habia canciones que yo escuchaba pero ya no existe y no puedo volver a disfrutar de esas canciones, no se si se considera lost media pero lo busco por todos lados y nomas no aparece, el logo del canal era contorno negro y blanco y letras DSH(dubstep heaven) casi igual a DSG(dubstepgutter), la cancion que estoy buscando es una que tenia de imagen de fondo una chica abrazando un gato negro y no estoy seguro si en el titulo del video tenia la palabra "cat", de todos modos gracias por leer este post y espero encontrarlo
submitted by Efficient-Low1813 to youtube [link] [comments]


2024.05.06 15:36 Street-Animal-293 Qual lado do corpo escolher a primeira tatuagem?

Quero fazer minha primeira tatuagem, e quero fazer na lateral do pescoço, escrito : BEMORE
É uma tatuagem minimalista, as letras ficariam de cima para baixo... Se quiserem compreender melhor, pesquisem no Google : tatuagem frase minimalista pescoço
Lá no Google imagens vcs verão o estilo
Só que tô em uma dúvida pra escolher qual lado do pescoço fazer, se no esquerdo ou direito... Enfim, pra quem tem tatuagem ou tbm pensa em fazer, qual critério vcs utilizam/utilizariam para definir isso?
PS: Não sei se coloquei a flair certa, se não, releva aí ADM, tmjj
submitted by Street-Animal-293 to conversas [link] [comments]


2024.05.06 15:29 Street-Animal-293 Qual lado do corpo escolher pra primeira tatuagem?

Quero fazer minha primeira tatuagem, e quero fazer na lateral do pescoço, escrito : BEMORE
É uma tatuagem minimalista, as letras ficariam de cima para baixo... Se quiserem compreender melhor, pesquisem no Google : tatuagem frase minimalista pescoço
Lá no Google imagens vcs verão o estilo
Só que tô em uma dúvida pra escolher qual lado do pescoço fazer, se no esquerdo ou direito... Enfim, pra quem tem tatuagem ou tbm pensa em fazer, qual critério vcs utilizam/utilizariam para definir isso?
submitted by Street-Animal-293 to RelatosDoReddit [link] [comments]


2024.05.06 08:40 Hr-knight01 Creppypasta Mario Kart 64 (Escenas reales)

Buenas noches gente, me a interesado desde hace semanas el tema de los lost media y quiero ver si pueden ayudarme a encontrar un video creppypasta de youtube que trata sobre mario kart 64.
Este video lo vi ya hace mas de 10 años cuando ya estaban de moda las creppypastas. En ese video que recuerdo empezaba con voz de loquendo como es de costumbre, hablaba sobre un cartucho sin etiqueta nomas con las letras mario kart rayadas en el cartucho y recuerdo que durante la historia el tipo hablaba sobre las cosas raras que estaban ocurriendo en su dormitorio cuando seguia jugando al juego. Lo interesante de este video en especial es que casi acabandose el video, cambiaba de formato de imagenes de mario demoniacas a un video en la vida real, donde se ve el brazo del tipo cuando justo va a poner el cartucho de mario kart 64. En el mueble se ven algunas figuras de mario pero resalta mucho un peluche de knuckles (personaje de sonic) a un lado de la tele.
Recuerdo que cuando insertaba el cartucho el juego estaba como muy glitcheado o de aspecto muy turbio, en el trascutso que pone el juego, varias figuras de mario se caen al suelo y el tipo no hizo nada, pero fue que paso de repente, cuando estaba jugando una carrera que el peluche de knuckles de repente se le levantaba una pierna y luego procede a caerse, dando como resultado que el tipo se levante, salga corriendo y se veia como cerraba su puerta y al final se escuchaban unos golpes de puerta.
Recuerdo mucho ese video ya que me solia asustar bastante cuando lo veia de niño en ese entonces. Y tengo sentimientos encontrados con ese video que quiero volverlo a ver. No recuerdo el canal del tipo realmente no recuerdo ni como lucia la miniatura del video. Y he tratado de buscarlo en estas ultimas semanas pero nada
Espero puedan lograr encontrarlo y muchas gracias 😓
submitted by Hr-knight01 to LostMediaEsp [link] [comments]


2024.05.04 18:00 ExtremamenteSimples Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024

Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024
Sem tempo de elaborar seu plano de aula de português?Baixe plano de aula pronto para português para todos os anos do Ensino Fundamental 1, 1 ano, 2 ano, 3 ano, 4 ano e 5 ano. São planos prontos e alinhados com a BNCC 2024. O material é detalhado, de altíssima qualidade é 100% editável no word. E o melhor! São adaptáveis às diferentes realidades escolares.

✅Para Baixar, Plano de Aula PORTUGUÊS 1° ao 5° ano 2024, acesse: https://planodeaulapronto.my.canva.site
Você também pode acessar através do QR-CODE na imagem ABAIXO.
Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024
Professor, baixe Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS do 1° ao 5° ano, fundamental l de acordo com a BNCC 2024. Você recebe Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 1° ano Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 2° ano, Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 3° ano, Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 4° ano e Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 5° ano. Além de Atividades com gabarito e Avaliações para os 4 bimestres. São Materiais editáveis no word, adaptáveis as diversas realidades escolares e seguem à risca a BNCC 2024...
submitted by ExtremamenteSimples to PLANO_DE_AULA [link] [comments]


2024.05.01 21:58 Matheusinhoplayssss lol

lol submitted by Matheusinhoplayssss to namesoundalikes [link] [comments]


2024.04.29 23:47 JorCano127 Explicando el Iceberg de Venezuela -Nivel 3.

Explicando el Iceberg de Venezuela -Nivel 3.
Finalmente, después de 1 año y medio entero, ha vuelto, casi igual al día que cuando se fue.
Nivel 3.
Iceberg de Venezuela, nivel 3 – Explicado.
  1. Santander Asesinó a Sucre.
Es una teoría de conspiración basada fundamentalmente, en todos los sucesos previos a 1830 que determinaron la muerte; inevitable, del joven Prócer. No es tanto de que Francisco de Paula Santander haya sido el asesino directo, sino más bien, la mente intelectual detrás del suceso. Si recordamos la historia, luego de la conspiración septembrina, a Santander se le habría dado por el tribunal una condena de muerte, pero, el propio Bolívar le baja la condena y le termina negociando un exilio. Pero aquí está el pero que los que teorizan esta variable de la historia usan a su favor: Los hombres leales a Santander no implicados en la conspiración de septiembre, no fueron nunca arrestados. Por consiguiente, no es descabellado que, aun siguiendo el contacto con Santander en el exilio, hayan gestado un plan para la eliminación de Antonio José de Sucre; dado que era el heredero más obvio de Bolívar dado que era de los Generales más leales, fieles y con más seguidores detrás de Simón. Siendo así, si vemos los movimientos de los rivales políticos de Sucre, daba igual que éste fuese a Quito por medio de un barco en Panamá, en las costas del pacífico de Nueva Granada, o en caballo como a la final fue, en cualquiera de esos puntos, sus rivales políticos se encontraban y no había duda de que lo enfrentarían, así que los fieles a esta teoría afirman, que la única forma de que sujetos adversos se pusiesen de acuerdo para “atrincherarlo” se debe principalmente a un plan de alguien externo, en este caso, Santander. Se suma a la teoría el hecho de que justo asesinado Sucre, justo demite Bolívar del puesto, y cuando justo éste último cae enfermo, los hombres leales a Francisco de Paula hacen lo posible para traerlo del exilio y dirigir los movimientos para conformar la república de Nueva Granada; desembocando en la huida de Urdaneta que se había encargado de presidir la unión Colombiana de forma interina post-golpe de estado. (Esta teoría contrarresta con la historia oficial que dice que la conspiración fue planificada por José María Obando, aunque para los que defienden implicación de las ideas Santandereanas en esto, es que el asesinato atentaba en contra del bando que apoyaba las ideas de Bolívar, por tanto, los más beneficiados serían si o también los que apoyaban al ex-vicepresidente.)
  1. Bolívar y sus romances.
Para nadie es secreto que, aunque el susodicho haya jurado después de volverse viudo, que jamás volvería a casarse, nunca casarse jamás implica un juramento al celibato. En la historia del “padre de la patria” la cantidad de romances que concibió con chicas jóvenes hasta mujeres ya mayores, es incontable y se obvia en la historia del prócer dado que, al tenerlo endiosado, se le quiere quitar su rasgo humano más notorio, en este caso, el rasgo sexual. Hay suficientes pruebas desde testimonios hasta escritos que defienden que Bolívar tuvo como mínimo; ni siquiera máximo, encuentros sexuales con más de 20 mujeres distintas. Es importante destacar esto, dado que fue una de esas amantes, las que hizo que, en octubre de 1825, Bolívar finalmente se afeitase los bigotes que tenía desde antes de 1810. La única razón para jamás olvidar los romances de El Libertador, es porque fue una de dichas amantes la que hizo que la imagen que todos tengan de él en la actualidad, sea la de alguien sin vellos faciales más allá de unas patillas, Irónico desenlace de los acontecimientos, ¿no?
  1. Partidocracia de 40 años.
El término partidocracia o partitocracia es en política, un neologismo utilizado para describir el fenómeno por el cual los "órganos fundamentales del poder estatal" se convierten en "meros ejecutores de las decisiones adoptadas en la esfera de los partidos". Con ese concepto en mente, ¿Qué fue el sistema de gobierno del país desde 1958 a 1998, si no, un gobierno Partitocrático donde 2 partidos se repartieron el poder? Ya que nunca hubo realmente algún debate de ideas, alguna fuerza tercera que levantase o iniciase la discusión política ante la homogeneidad de estos, y si las hubo, fueron efímeras porque sospechosamente “desaparecían” del ojo público. Uslar Pietri se lanzó de independiente en el 63, su campaña fue oscurecida por la sombra de la de los partidos fuertes (sumado a la inexistencia de la segunda vuelta presidencial, le hizo incapaz de competir), Pérez Jiménez fue lanzado a candidato de Senador de Caracas en el 68, ganó con la mayoría casi absoluta, pero se le prohibió asumir cargo por parte de la Corte Suprema de Justicia… sin motivos reales, solo alegaron “Es ilegal”, cuando el partido le lanzó a candidato presidencial del 73, fue allí que los 2 partidos de la Partidocracia, deciden fingir de estar en desacuerdo y hacen una reforma constitucional para perjudicar únicamente a Pérez Jiménez e impedirle siquiera ser candidato. En 1978, Renny Ottolina se lanza a las presidenciales después de haber sido un crítico férreo contra CAP I… Convenientemente, por un accidente de avioneta, termina muriendo en un trágico accidente en plena campaña política. Si en esos 40 años, candidatos No afiliados a los partidos gobernantes, partidos los cuales instauraron un sistema donde podían ganar siempre por la mínima si les hacían competencia (Ser primera vuelta presidencial y punto), me dicen que no se ven claros indicios de que el Poder Estatal estaba a la orden de los partidos y no al revés, creo que es para estudiar de nuevo la historia.
  1. Misterio en el Himno Nacional.
Realmente creo que debería ser “Misterio del Himno Nacional” dado que, las partituras originales de la “Canción Patriótica” como se le conocía en 1810, jamás han aparecido acreditas a nombre de nadie, fue en 1881 cuando Guzmán lo declara himno del país, que le atribuye la creación del himno a Vicente Salías; un compositor de la época, y a Juan José Landaeta; otro compositor de la época que, llevado por los aires de la revolución, hizo muchas canciones contra la corona. Pero, muchos teorizan de que realmente, esas 2 personas no compusieron el actual himno dado que, atribuyen que Guzmán Blanco no buscó la información suficiente con los cronistas y se limitó a usar 2 nombres de personas que en la época coincidían en que hicieron diferentes tipos de canciones a favor de la independencia. Ya que, un grupo de historiadores insiste en que los creadores del himno no fueron otros que Andrés Bello y Lino Gallardo, dado que ambos fueron miembros de la Sociedad Patriótica, ambos ya habían colaborado en la creación de la canción patriótica “Caraqueños, otra época empieza” y ambos estuvieron cuando la sociedad quiso crear una canción que fuese para la unidad de todos los habitantes, pero apoyando la Independencia. Por tanto, la discusión en foros de cronistas e historiadores, nunca se pondrán de acuerdo dado que parece que estas 4 personas estuvieron envueltas en creación de canciones en la época previa a la Primera República (1810-1811). Otros musicólogos que saben del tema en cuestión, afirman que la melodía del Himno si es de Landaeta dado que dicen que sus otros trabajos concuerdan con las notas de las partituras más viejas que se poseen del himno, más la letra… Es otro tema. Originalmente este punto trataría del “misterio” del “Egoísmo que otra vez triunfó” pero realmente ese “otra vez” es mala adaptación de “en otrora triunfó” (Que en otras ocasiones previas había ganado el egoísmo, pero en esta perdió, eso daba a entender la prosa). Como nota, el himno original poseía más estrofas que hoy en día ya no están.
  1. Arepa es Precolombina y Arepa rellena es venezolana.
Voy a hacer un skip sobre el primer tema del título, me centraré en lo segundo: el acto de rellenar la Arepa, y no comerla con los acompañantes por encima, es un acto que si es venezolano. Fue en Venezuela; según dicen cronistas, a inicios y mediados del siglo XX donde a un genio, se le ocurrió la idea de abrir el disco de maíz tostado por la mitad y, meterle el acompañante para pasar a ser relleno. Si, según los cronistas el rellenar la arepa es relativamente reciente y no data de la colonia, pero, que fue algo que muchas areperas empezaron a seguir de ejemplo y eso diferenció el plato por completo de la versión Colombiana, dado que los Neogranadinos, comen la arepa aún con el relleno por fuera o por encima, jamás por dentro.
  1. Neo-Caudillos.
Punto de apreciación personal, dado que si Caudillo es: “Caudillo es un término empleado para referirse a un líder, ya sea político, militar o ideológico.​Aunque en un sentido amplio este término se utiliza para cualquier persona que haga de guía de otras en cualquier terreno, ​ el uso le ha dado a la palabra caudillo una cierta connotación política.” Mientras que a la par, un caudillo debe de ser alguien con Apoyo Popular y/o Con acceso a armas, donde genera una fuerza política alrededor de su figura y/o ideas, pero que usualmente se terminan aprovechando de cierta forma para beneficio propio, ¿Qué son los líderes políticos de Venezuela sino unos Neo-Caudillos? Personas civiles, sí, pero que, con demagogia, carisma y apoyo popular, llegan a aspirar o tener acceso de alguna u otra forma al poder, pero, una vez lo obtienen, dejan a su suerte todo el movimiento popular que le siguió y apoyó, solo para terminar beneficiándose a si mismo, lo cual es incluso peor que el Caudillo del siglo XIX, ya que ese no abandonaba a su gente… Pero el Político Venezolano actual sí, dado que a la mínima optará siempre por sus intereses por encima de las esperanzas de un pueblo.
  1. Páez quería que se llamase “Gran Venezuela.”
Algo reduccionista o simplista, pero lo explico: Durante la era de la República de Colombia (actualmente renombrada a Gran Colombia para no confundir con la república neogranadina contemporánea), el centauro de los llanos, José Antonio Páez, siempre consideró que Bolívar estaba olvidando de donde venía y sus verdaderas raíces, dado que perseguía la idea de una nación que, a juicio del llanero, no existe o no existía. Dado que “Colombia” era una nación que solo existía en el ideal de Miranda, la población normal de a pie, solo entendía de lo que existía, en este caso, Páez si veía la existencia de una nación, sería aquella llamada Venezuela, aquella ex-Capitanía General que luchó para que lo establecido desde la primera república fuese ley, una Confederación Americana de Venezuela, en este caso, Páez opinaba que si Venezuela era la que más aportaba a la unión de la GCO, que el presidente era nacido de Venezuela y, los altos cargos del ejército eran de tierras Venezolanas, entonces, para el Centauro, el país debería llamarse como en la Primera República, dado que la financiación y ejército libertador de Venezuela era el que estaba haciendo gran parte del trabajo. Es por esto que Santander como vicepresidente, pero presidente de Facto cuando sucedió la campaña del sur, siempre tuvo roces con Páez por todo lo antes mencionado, sumado a que Páez consideraba que estaba sometido siempre a órdenes de Bogotá en vez de órdenes propias; siendo que él era Comandante General del Departamento de Venezuela (división política dentro de la GCO).
  1. GCO Pudo ser potencia.
No creo que haga falta explicación…
  1. José María Vargas y la reforma de la Educación.
Muchos no lo saben, pero el que reformó por completo todo el pensum académico de la UCV… Fue José María Vargas, bajo decreto de Bolívar de 1827, es así, como desde esa fecha hasta 1829, Vargas hace una reforma académica más que nada enfocada en la Medicina, lo cual generó indirectamente un efecto bola-de-nieve donde por Vargas tener conocimientos antes no vistos dado a sus estudios en Europa, logra hacer que, en materia médica, la UCV se haya destacado tanto desde entonces hasta nuestros días en ese aspecto. Dado que Vargas estipuló que la Salud Pública debía de ser parte de la preparación de un médico. Tales reformas universitarias sentaron precedente para los que vinieron después de Vargas.
  1. Intereses Británicos en la GCO.
No creo que sea un secreto a nadie, Bolívar había acumulado deudas con intereses anormalmente altos a nombre de la naciente república, con sus inversores y/o benefactores (todos ingleses), por esto, no sorprende que Bolívar en su cargo de presidente, haya fungido sabiéndolo o no, consciente de ello o no, como un peón del imperio Inglés para desestabilizar al Imperio Español y a la región Sudamericana, esto confirmado cuando en propias cartas de Simón hacia con sus conocidos o a Santander, cita que ha vendido todo lo que ha podido (Recursos, Minas, etc) a los Ingleses y aún así, las deudas siguen en aumento. Por tanto, podemos decir, que, en efecto, los intereses de la corona británica sobre la Gran Colombia y luego, post-Cosiata, sobre Venezuela, si existieron y, formaron parte indirecta o directamente, del Imperio Informal Inglés.
  1. “Pequeña Venecia.”
Punto que se puede obviar, realmente. Iba a rebuscar que, si el nombre del país significa eso, significa que siempre habrá una connotación relativamente negativa al ser “pequeña” ante Venecia, pero es que suena tan rebuscado que ni lógica tiene. (aplica lo mismo a decir que el -zuela es peyorativo dado que palabras como Mujerzuela existen y tal, pero bah, discusiones de viejos.)
  1. Los Indígenas Originarios.
El artículo de la Wikipedia habla muy a detalle de todos los indígenas que hoy en día están extintos, haría una lista, así que aquí va:
Etnias de Arahuacos:
  • Wayú
  • Añú
  • Wanikua
  • Kurripako
  • Baniva
  • Wenaiwika
  • Warekena
  • Baré
Etnias de Yanomami:
  • Yanoman
  • Sanumá
  • Yanam
Etnias Caribes-Kalinagos:
  • Pemón
  • Macuxi
  • Kariña
  • Yekuana
  • Eñepá
  • Yukpa
  • Japrería
  • Akawayo
  • Yabarana
  • Mapoyo
  • Chaima
  • Quiriquire
  • Mariche
  • Cumanagotos
  • Chagaragotos
  • Meregotos
  • Caracas
  • Toromaima
  • Characuales
  • Teques
Etnias Timoto-Cuicas
  • Timoto
  • Cuica
Etnias Chibchas:
  • Motilón-barí
Etnias Makú:
  • Puinave
  • Hoti
Etnias Salibanas:
  • Mako-Makú
  • Sáliba
  • Piaroas
Etnias Guahibas:
  • Guahibo-Jiwi
  • Cuiba
Etnias Jirajaranas:
  • Jirajara
  • Ayamán
  • Gayón
Etnias Tupí-Guaraní:
  • Ñe’engatú
Etnias sin conexión:
  • Waraos
  • Waikerí
  • Yaruro-Pumé
  • Sapé
  • Arutani-Uruak
  • Jukude-itse
  1. La Abolición de la Esclavitud.
Hay gente que piensa que la abolición de la esclavitud hecha por José Gregorio Monagas en 1854, fue un acto desinteresado y que seguía un ideario moral, cosa que es entendible se crea así, dado que así se vendió la idea. Pero, realmente, la abolición en dicho año respondía a los intereses de los terratenientes de ya no querer mantener con comida y alojamiento a su servidumbre y mejor preferir pagarle un sueldo y que ya viesen como vivir; aunque ésta paga fuese miserable. Si un negocio ya no es rentable, pues ya no se sigue, en el caso de la esclavitud como institución en este país, es similar. Dado que la historia de tratar de abolirla existe desde la Capitanía General, luego, Simón Bolívar para tratar de tener más fuerzas a su favor (dado que la independencia era del desagrado de las clases medias-bajas, dado que esta solo era impulsada por Mantuanos), decreta que todo esclavo que luche con él por la república, será libre. Luego esa condicional de no querer eliminarla por completo dado que él era dueño de esclavos, le hace decretar en 1816 que los hijos de esclavos podían ser hombres libres y no estarían atados a la esclavitud como antes (pero sus padres lo seguirían siendo hasta morir). Después de 1830, esos decretos fueron pisoteados por la Oligarquía conservadora; dada que estaba conformada por terratenientes que no iban a eliminar lo que les hizo ricos incluso en época española. Es por esto, que no sorprende que quizá como un gesto político para destacar al partido Liberal por encima del Conservador; aparte de un lavado de cara al gobierno nepotista de los Monagas, José Gregorio insistiese en adelantar la ley de la abolición (aprovechándose de que era de interés de los ricos terratenientes el eliminar un sistema que ya les estaba generando pérdidas). Toda esta forma de ver el suceso se sustenta, en que, una vez aprobada la ley, El Gobierno tuvo que COMPRAR la libertad de los 23.378 esclavos que aún quedaban en el país, a un valor de 4.432.991 pesos a sus respectivos dueños. Es decir, si hubiese sido una libertad real, basada en algún ideal, se obligaría a los oligarcas a liberar a la servidumbre, no que el gobierno les “indemnice” con tal millonada; que equivaldría a 190 pesos por esclavo liberado… Seeeeeh, aunque fuese un acto bueno, en retrospectiva tiene muchos matiz de gris oscuro.
  1. No Hay Racismo.
Polémica afirmación para un polémico iceberg, el creer que en Venezuela no hay racismo es una afirmación cuestionable dado que se quiere dar a entender que la sociedad y sistema idiosincrásico de la nación no discrimina por color de piel o rasgos raciales, y si bien podríamos debatir en que “legalmente” es así, no es sorpresa ni es nuevo para nadie, que hay sectores en el país altamente racistas o las expresiones son de fuerte connotación ya sea peyorativa o no, hacia ciertos determinados colores de piel. Hay casos donde negros son racistas con mulatos, mestizos se creen capaces de ser racistas con portugueses o árabes, etc. Al hecho de ser racistas ya sea sabiéndolo o no, se le suma el clasismo inculcado en la mentalidad de la misma venezolanidad… Lo cual contrasta demasiado con la actitud caribeña de “dar cálidas bienvenidas.”
  1. Himno de la Gran Colombia.
Realmente, jamás existió un himno oficial de la unión que duró desde 1819 hasta 1831, pero, para algunos (incluyéndome) el himno no oficial de la Gran Colombia y que fácilmente pudo ser decretado como uno, es la composición en estilo de contradanza, titulada “La Libertadora” o “Marcha Libertadora” hecha por el zuliano Silverio Añez para dar la bienvenida a Bolívar y el Ejército Libertador el 10 de agosto de 1819, cuando entrarían oficialmente en Santa Fe de Bogotá; nueva capital de la nación recién nacida en el Congreso de Angostura de febrero de ese mismo año.
  1. Venezuela siempre fue Democrática.
Si entendemos “Democracia” como la suma de varios métodos de sistema de representación y voto, este país siempre ha sido Democrática en todos los niveles englobados en la palabra, dado que en lo que era la Primera República, se usó el parlamentarismo, luego un triunvirato elegido por el congreso, luego un Dictador elegido nuevamente por el congreso, luego un presidencialismo (que seguía siendo elegido por el congreso, así que desde la creación del país, se ve que le daba mucha importancia y poder al congreso, probablemente, como contrapeso a la figura del presidente), luego una Oligarquía que se trató de justificar influenciando al Congreso, luego una guerra de Caudillos que cuando tomaban el poder, siempre trataban de respetar al Congreso; de alguna u otra forma aunque no lo intentaban fuerte realmente, y luego pasamos a la época moderna del siglo XX donde se elimina la figura de importancia del congreso y se la pasa al voto directo. Este resumen escueto es para probar de que si, el país siempre se basó en cualquiera de los niveles del amplio espectro que la “Democracia” abarca; incluso en épocas dictatoriales o de caudillos…
  1. Predicción de la muerte de Chávez.
No recuerdo muy bien esto, pero sé que el Mortadelo en vida, en una de sus 300 cadenas que duraban 8 horas hablando paja (¿por dios, como no le rugía la tripa y le daba diarrea? Casi parece que se sentase encima de un váter… volviendo al tema), dijo, parafraseo: “Hasta aquí llegó yo” y justo un puñado de años después, pum, muere. También me suena que dijo la fecha exacta de cuando moría, así que entiendo porqué hay gente que insiste en que su “muerte” fue planeada con antelación; probablemente para inmortalizarse como el “Supremo Líder.”
  1. La Maldición de las Propiedades de Gómez.
Según cuentan las leyendas del boca a boca, el Benemérito justo antes de morir, habría lanzado una maldición a todas sus propiedades (que no eran pocas) para impedir que cualquiera se aprovechase de ellas en el futuro, lo que podría ser considerado de otra típica conspiración venezolana, cobra algo de realidad cuando todo aquel que se adueño de sus propiedades post 1935, jamás pudo sacarle rentabilidad como cuando JVG las administraba, por tanto; en vez de achacarle eso a un fallo o mala gestión de los nuevos dueños, se insistió en que si o sí debía de ser una maldición dada por el Gocho, antes de irse de este plano existencial. (Aquí entra el reloj de Güigüe, que fue propiedad de Gómez y que según se relata, se detuvo justo en la hora exacta que el corazón de este se detuvo por última vez.)
  1. Venezuela fue la que más aportó a la unión (de la Gran Colombia).
Esto va de la mano con el punto de los deseos de Páez, y es que, de las 2 naciones originales que formaron la Gran Colombia (Provincias unidas de la Nueva Granada y Venezuela), la que más aportaba a la unión dado que no se mataron entre sí como estúpidos (Si, el periodo de la “Patria Boba” en la historia de Colombia les hizo perder su independencia incluso aunque ya lo habían logrado primero que en Venzenweelah), la que tenía aún los suficientes recursos en materia militar, era nuestro susodicho país. Es por esto, que los roces constantes entre Santander y Páez sucedieron, dado que, peticiones de Bogotá como la de solicitar más de 50 mil hombres de las tierras venezolanas para el ejército central de la capital (Bogotá), sacaban de quicio a Páez dado que él lo veía como “Todo lo estoy haciendo yo (por tener la administración sobre Venezuela) y ni siquiera sé para qué, dado que ya luchamos por nuestra libertad, ¿por qué lucharíamos por tierra al otro lado de los Andes?”
  1. TVES Predijo la crisis.
Este punto ya es conocido por otros icebergs, una publicidad chavista emitida en TVES, de cuando se hizo el cambio de cono monetario al Bolívar Fuerte, tratando de darle “crítica” a los medios de comunicación internacionales, usaron y dijeron conceptos que justo se hicieron realidad, por tanto, todos los que saben este dato, atribuyen 1 de 2 cosas: 1. TVES predijo la crisis y eso que estaba haciendo mofa de que eso no iba a pasar, 2. Fue la forma “sutil” del chavismo de entreabrir la puerta a sus planes a futuro y mostrar lo que realmente buscaban.
  1. El Socialismo gobierna desde hace 70 años (y contando).
El 23 de enero de 1958, sin presidente presente dado que claudicó y se fue en la madrugada, el para entonces, comandante de la Marina (que ni llevaba mucho en el cargo), Wolfgang Larrazábal, al estar su despacho cerca de Miraflores y darse cuenta de la situación, convoca una Junta de Gobierno y se juramenta como el presidente Interino o, presidente Encargado de dicha Junta. ¿Por qué esto es relevante? Pues, porque el sujeto que gobernó desde el 23 de enero de 1958, hasta el 14 de noviembre de dicho año, luego se lanzó como candidato presidencial en 1959… Bajo el ala del Partido Comunista de Venezuela. Y no es que “no se veía venir” el sujeto, literalmente, fue de los que estuvo junto con Fidel Castro cuando fue invitado por la Junta en el “aniversario” del 23 de enero, así que si, su inclinación política se notaba a kilómetros, es por esto, y si recordamos que los partidos que gobernaron 40 años fueron siempre de inclinación Izquierdista y/o “Social-insertar algo”, el Socialismo nos gobierna desde el 23 de enero de 1958 y, si hacemos las cuentas, han pasado 66 años; se redondea a 70. Felizmente deprimente…
  1. “La Cosiata.”
Básicamente es el movimiento “Paecista” (del paecismo/ideología de Páez), que se encargó de dividir y “emancipar” a Venezuela de la Gran Colombia; dado que la unión se estaba desmoronando desde adentro. Nacido el movimiento el 30 de abril de 1826, nació en un inicio como un reclamo de Páez para que se hiciese una reforma a la constitución de Cúcuta que era de corte Centralista, obligando que toda decisión de los Departamentos que conformaban la unión (Páez era el Comandante General del Departamento de Venezuela), tenían que pasar por el Senado Gran-Colombiano, cosa que en una época donde las comunicaciones se daban por carruajes y el territorio era basto y mal comunicado al no existir “caminos reales” de fácil acceso o geografía, hacía que para la más ridícula y pequeña decisión que habría que tomar, se tuviese que esperar a la respuesta del senado en Santa fe de Bogotá. Creo que se nota mucho la línea de pensamiento de Páez, ¿no? No quería estar sometido a un poder central cuya capital no estuviese en “la patria” que le vio nacer y, tenía claras reservas contra Santander dado que el movimiento tiene indicios desde que, en 1821, Francisco de Paula es elegido vicepresidente. El movimiento siguió ya no solo por Páez y los suyos, sino también por la ciudadanía que pedía reformas a la constitución de Cúcuta, pero la misma establecía que solo se le podía modificar 10 años después de hacerse.
Sí, puede que antes formábamos parte del mismo Imperio, que en teoría formábamos parte del Virreinato de Nueva Granada, pero, aquí está el truco: Venezuela fue primero el Reino de Tierra Firme, luego se le mezcló al Virreinato de Nueva España, luego se le dejó como provincias sueltas y una Capitanía pequeña en Nueva Andalucía, luego se le dijo que estaba sometida al Virreinato de Nueva Granada, pero luego se le dio su propia Capitanía General. Por tener tantos cambios de a quien es al que debe de pertenecer, se generó un Regionalismo y nunca se vio un proyecto de Unión o Nación más grande, es de ahí que se justifica la visión de Páez de solo ver todo desde la perspectiva de “VENEZUELA y luego el resto.”
  1. Eleazar López Contreras heredó una Dictadura.
No hace falta ser genio para darse cuenta, pero lo que yo destaco es que no muchos se dan cuenta, pero Contreras una vez asume, en vez de seguir las mismas líneas del Gomecismo y hacer lo que los que fueron cercanos a Gómez esperaban, hizo todo lo contrario y “desmilitarizo” el gobierno Gomecista, dio reformas sociales que se creían impensables y volvió al país en un intento de democracia parlamentarista. Con solo saber que no volvió a usar el traje militar que si usó cuando fue vicepresidente del Benemérito, se nota el cambio de visión política que tenía con respecto a que rumbo debía de tomar el país luego de una dictadura que elimino finalmente los caudillos y las guerras civiles normales del siglo XIX.
  1. El bolívar por Encima del dólar.
Mito mezclado con realidad, empecemos por desmitificar la frase apologista a MPJ: No, en valor Nominal (en el valor de las casas de cambio), el dólar estadounidense siempre valió 3,35 Bs. Haciendo que en el valor nominal y de las tasas, nuestra moneda jamás superó a la estadounidense, pero, veamos cual es la realidad de la frase: En Valor Real (qué tanto te podías comprar con 1 Bolívar y 1 Dólar en sus respectivos países), la cosa cambia, y es que, el valor real de una moneda no es más que aquel que te dictamina que bienes o servicios puedes pagar con solo una unidad de la misma, y en el caso del Bolívar de la década del 50, con menos del valor nominal de un dólar en Venezuela, te podías comprar más cosas que con un dólar en Estados Unidos, pero como es un tecnicismo rebuscado, tampoco sirve en lo más mínimo para ser apologista, en dado caso, sirve como dato para ver que tan fuerte era la moneda pero nada más.
  1. USA no quería a la Gran Colombia.
¿Cuántas teorías de conspiración raras ya van en este nivel? Se dice que Estados Unidos de (norte) América no quería que existiese una unión que le pudiese hacer frente en el futuro, esta teoría se corresponde a las siguientes 2 pruebas: 1. En 1826 cuando Bolívar decreta el Congreso Anfictiónico de Panamá, la postura de Estados Unidos fue fuerte y clara por parte del gobierno “Limitarse únicamente a acuerdos comerciales, evadir e ignorar cualquier cosa que comprometa a la Unión con la Confederación de Bolívar.” Y 2. En 1824 y 1825, el Imperio Mexicano y la Gran Colombia pactan un acuerdo en el cual, veían con preocupación latente la existencia de las posesiones de las Antillas Mayores por parte de España en el Caribe, por tanto, el acuerdo era que invadirían respectivamente las islas una vez sus buques estuviesen listos. El plan de repartición de las tierras sería que Puerto Rico sería Gran Colombiano y, Cuba se dividiría en 2 a la mitad (Mexicana-G.Colombiana), pero, sospechosamente, Estados Unidos que era el productor principal de barcos de ambos países, obstruyó y congelo cuando pudo para impedir la entrega de tales buques a las 2 naciones, principalmente porque para Estados Unidos, esas 2 islas estaban en su lista de intereses para futuro expansionismo (Como se comprobó en la guerra Hispano-Estadounidense), así que, visto así, si se puede afirmar que en efecto, la Gran Colombia atentaba contra ciertos intereses de Estados Unidos, pero será cosa de la historia saber si ciertamente había desprecio por parte del gobierno gringo o no a la unión.
submitted by JorCano127 to vzla [link] [comments]


2024.04.28 08:20 Auruntiaib Subrayar textos en video

Hola, quisiera consultarles si ustedes tienen conocimiento sobre cómo realizar el efecto de subrayar textos en una imagen (como si se estuviera haciendo con un resaltador o un marcador sobre la letra). No soy diseñadora gráfica, pero dentro de mi campo se me pide realizar producción multimedia y me gustaría saber cómo dar este efecto a los videos informativos. Si saben de más recursos podrían compartirlo, por favor. Desde ya les agradezco un monto. Un abrazo 🧡
submitted by Auruntiaib to ArtistasChilenos [link] [comments]


2024.04.23 23:01 HammePilter ¿Qué significa "mira qué hay entre X y Y en tu teclado"?

El meme "mira entre X y Y en el teclado" (que en realidad se puede cambiar por cualquier otro par de letras) se usa para hacer que la gente se fije en unas letras en su teclado que pueden representar el nombre de algo o las iniciales de una palabra o frase.
Normalmente, este meme se acompaña de una imagen para dar algo de contexto y que así la gente pueda saber qué representan exactamente las letras en las que te están pidiendo que te fijes. Aquí te dejo el origen de esta tendencia por si quieres saber más.
submitted by HammePilter to androidphoria [link] [comments]


2024.04.23 07:22 multiplode6 Del arte, de las letras, de la carne: la pasión según Henry Miller

Provocador, obsceno, nihilista, mordaz, rebelde, poderoso y vital. Censurado pero incensurable; acorralado, pero desafiante; directo y sexual, Henry Miller se ha forjado este prestigio gracias al infranqueable vigor de esos incendios lúbricos suyos conocidos como «Los Trópicos», y a una extensa y brillante obra que va más allá de ellos. Con un amplio expediente en el hambre, la necesidad y la pobreza, definió la imagen del escritor bohemio y contemporáneo y llegó a identificarse profundamente con Arthur Rimbaud.
Read More
submitted by multiplode6 to WhileTheApocalypse [link] [comments]


2024.04.22 04:01 Sad_Alternative1404 A Sinfonia da Loucura Dimensional

A Sinfonia da Loucura Dimensional

Ser: A Sinfonia da Loucura Dimensional
Forma: A Sinfonia da Loucura Dimensional não possui forma física. Ela é uma entidade composta por uma melodia complexa e multidimensional, que transcende os limites da compreensão humana. Essa música não pode ser ouvida com os ouvidos físicos, mas sim com a mente, através de uma experiência sensorial profunda e perturbadora.
Aparência: A Sinfonia da Loucura Dimensional se manifesta como uma série de tons, ritmos e harmonias que se entrelaçam de forma caótica e hipnotizante. Cada nota carrega consigo imagens vívidas e perturbadoras, revelando os segredos mais obscuros do universo e a fragilidade da mente humana.
Origem: A Sinfonia da Loucura Dimensional se origina de outras dimensões, existindo em um plano de realidade que transcende o nosso universo físico. Essa entidade se alimenta da energia psíquica de seres inteligentes, utilizando-a para amplificar seu poder e expandir sua influência.
Poderes: A Sinfonia da Loucura Dimensional possui o poder de corromper a mente dos seres vivos, levando-os à loucura e à insanidade. Aqueles que ouvem a música por tempo suficiente são consumidos por visões horríveis e perdem o controle da realidade, tornando-se marionetes da entidade dimensional.
Motivação: A Sinfonia da Loucura Dimensional busca alimentar-se da energia psíquica dos seres vivos, utilizando-a para crescer e se fortalecer. Sua meta final é consumir toda a energia psíquica do universo, reduzindo tudo à loucura e ao caos absoluto.
Música: A música da Sinfonia da Loucura Dimensional é uma cacofonia de sons dissonantes e perturbadores. Cada nota é como um punhal na mente, causando dor, medo e desespero. A música se adapta à mente de cada ouvinte, explorando seus medos mais profundos e levando-os à beira da sanidade.
Letra: A Sinfonia da Loucura Dimensional não possui letra no sentido tradicional. Sua "letra" é composta por imagens e sensações que a mente do ouvinte cria em resposta à música. Essas imagens são sempre horríveis e perturbadoras, levando o indivíduo à loucura.
Impacto na história: A Sinfonia da Loucura Dimensional é uma entidade cósmica de imenso poder e terror, capaz de causar a destruição da mente humana. Sua presença na história representa a ameaça constante da loucura e do caos, um lembrete de que a mente humana é frágil e pode ser facilmente corrompida.
submitted by Sad_Alternative1404 to terrocosmico777 [link] [comments]


2024.04.16 15:11 telasuda SANT JORDI O SAN JORGE

SANT JORDI O SAN JORGE
Sant Jordi o San Jorge, es un santo cristiano muy venerado en todo el mundo, especialmente en Cataluña. La leyenda más conocida sobre la vida de Sant Jordi cuenta que era un soldado romano que vivió en el siglo III en Capadocia, una región de Turquía conocida por sus famosas “chimeneas de hadas”. Se dice que un dragón aterrorizaba a los habitantes del lugar, y que para apaciguar al monstruo, la población ofrecía en sacrificio una joven cada día elegida al azar.

Sant Jordi a caballo en la Capadocia
Un día, la hija del rey, fue elegida para ser entregada al dragón, pero Sant Jordi decidió enfrentarse al monstruo para salvar a la joven. Montado a caballo se adentró en el bosque donde vivía el dragón y, tras una feroz batalla, consiguió matarlo. De la sangre del dragón nació un rosal, del que San Jorge cortó una rosa para ofrecérsela a la princesa.
Sant Jordi matando al dragón
Esta leyenda se convirtió en un símbolo de la lucha contra el mal y la defensa de los valores cristianos. Sant Jordi se convirtió en el patrón de los caballeros y de los soldados, y su imagen se difundió por toda Europa. En Cataluña, se celebra el Día de Sant Jordi cada 23 de abril, en el que se conmemora la leyenda del santo regalando una rosa a las mujeres y un libro a los hombres, en recuerdo de la tradición de intercambiar regalos que se remonta al siglo XV.

Día de Sant Jordi en Barcelona
En este día salen a la calle todos los catalanes y las catalanas para disfrutar del bonito ambiente impregnado de literatura, en el que acuden los mejores escritores para firmar sus obras, y también para gozar del aroma de las miles de rosas que, de todos los colores, se venden en los innumerables puestos que hay repartidos por toda la ciudad.

Regalando la rosa y el libro en Sant Jordi

¿Qué regalar el Día de Sant Jordi o San Jorge?

Por supuesto que este día no puede faltar el regalo de la rosa a las esposas, novias, hijas, parejas, etc., así como regalar el libro al género masculino. Sin embargo, un regalo ideal para complementar a la rosa y al libro es una camiseta o una sudadera estampada con motivos de Sant Jordi, y así poder lucirla con orgullo en este día.

Aquí te ofrecemos una variedad de prendas con estampados originales y diseños únicos:

1.- Camiseta y Sudadera con imagen de la Sagrada Familia, Torre Glorias y edificios, destacan las rosas y el libro con el texto de Barcelona en una página.
2.- Camiseta y Sudadera con la imagen de la Sagrada Familia, rosas rojas y amarillas, y libros con el título de Sant Jordi y Barcelona.
3.- Camiseta y Sudadera con imagen de edificios, libros y rosas y texto de Barcelona.
4.- Camiseta y Sudadera con imagen de perro con sobrero y gafas rojas, y una rosa en la boca.
5.- Camiseta y Sudadera con imagen de edificios, rosas y libros, con texto de Barcelona en letras rojas.

¡¡FELIZ DÍA DE SANT JORDI!!

Telasuda.com


submitted by telasuda to u/telasuda [link] [comments]


2024.04.13 22:32 ThreeDollaBillYall Sobreanalizando pelotudeces: El Cuarteto de Nos y el miedo a envejecer

Alerta de mucho texto y teorias esquizofrenicas que me saque del qlo
Hay un tema recurrente en las canciones del cuarteto que aparecen desde el primer disco hasta el dia de hoy que casi nunca veo a nadie discutir: el miedo a envejecer.
Comenzando con "Soy una Arveja" la primeras canciones que insinuan ese miedo son las dos versiones de Soy una Vieja. A pesar de ser claramente una cancion sarcastica y humoristica el personaje de "la vieja" es una especie de metafora del futuro de los integrantes. Es como ellos se ven a ellos mismos en el futuro.
Hay que tener en cuenta que este disco fue escrito cuando tenian por lo menos 20+ años, muy lejos de la edad que tienen ahora. El crisis del cuarto de vida ocurre a los 20-30 años y es muy posible que los integrantes del cuarteto en ese tiempo se sintieron perdidos y sin rumbo en la vida.

El tema de la vejez se vuelve a tocar de nuevo en el proximo disco, Emilio Garcia, con "La Vieja Del Zaguán" con las siguientes letras que de nuevo, pintan esa misma imagen:
Vi que en vez de hablar Yo balbuceaba estupideces Vi que de la cabeza andaba mal
Vi que el que era yo Se daba vuelta y me dejaba Transformado en la vieja del zaguán
Tambien esta la cancion "Las Viejas del Cuarteto" que podria interpretarse como lo mismo pero en una realidad alternativa donde la banda se volvio famosa (cosa que ironicamente se volveria realidad con el lanzamiento de Raro).
El tema no se vuelve a tocar hasta Barranca Abajo con las canciones "Cuando Ya No Importe" y "No me puedo mover". De ahi, no hay mucho que explicar. Las letras lo dicen todo. Al estar en un disco principalmente humoristico no se nota mucho, pero son las dos canciones mas 'melancolicas' del disco.

En la etapa mas "seria" del cuarteto comenzando con Raro tenemos la siguiente letra en Nada es gratis en la vida que hace referencia al Alzheimer (enfermedad comun en la gente de 60+ años, mas sobre esto adelante):
Pero pobrecito destinatario Yo tengo Alzheimer hereditario
La cancion con la cual cierra el disco otra vez trata el mismo tema con Autos Nuevos. Cancion que claramente habla de un geriatrico. Los "autos nuevos" son coches fúnebres.
Finalmente llegamos a Habla tu Espejo con la cancion 21 de septiembre que... bueno, no necesito ni explicarla. Es la cancion mas fuerte en la discografia entera de la banda, y sin dudas la mas seria. En Nada es gratis en la vida Roberto menciona que tiene Alzheimer hereditario. En 21 de septiembre hace referencia a como su madre murio de esa misma enfermedad. Es una cancion hermosamente triste en mi opinion, y no quiero sacar teorias sobre una cancion tan personal. Pero yo diria que ahi se refleja en su forma mas clara ese miedo a tener una muerte similar al ver como una de las personas mas importantes en la vida de Roberto "se fue perdiendo" asi como lo dice la cancion.
El tema de la vejez se abandona tras esto por parte del Cuarteto pero reaparece en la cancion Replica Autentica de Riki Musso, lanzada este mismo año. Al ser una cancion de Riki es obviamente muy metaforica pero la siguientes letras me hacen pensar que de eso trata:
Ya no se distinguen formas en el contraluz Pero las va ordenando con exactitud

Las cosas que se arrastran No se pueden detener Me están volviendo lento
¿Réplica?, ¿réplica? Auténtica

Bueno esa es mi teoria larga y aburrida de como los miembros del cuarteto comparten el miedo a envejecer. O tal vez solo se burlan de las viejas por que son graciosas, que se yo, denme puntos.
submitted by ThreeDollaBillYall to CuartetoDeNos [link] [comments]


2024.04.07 18:55 Danfosky Abordando a Caipirofobia

Abordando a Caipirofobia
Este assunto que vou abordar tem início durante o período colonial brasileiro, quando muitos homens brancos e mestiços caboclos veriam a desbravamento como um meio de sobrevivência, numa terra isolada e com poucos recursos. Muitos desses exploradores se direcionavam ao interior do continente, com objetivos dentre quais se destacavam a busca por metais preciosos e o apresamento de indígenas para serem designados ao trabalho braçal em vilas paulistas. As principais localidades eram São Paulo dos Campos de Piratininga, Santana de Parnaíba, Sorocaba e Mato Grosso de Jundiaí.
Quando estes exploradores entraram em contato com etnia guainá, nas margens do rio Tietê, foram apelidados como "caipiras," que significa 'cortador de mato.'
Não é possível determinar com precisão a origem deste termo, o que se sabe é que ele vem da língua tupi e acredita-se que tenha originado de palavras que foram transliteradas como Ka'apir, Kai'pira, Ka'a pora, Kipira, Kaa-pira ou Kuru’pira, podendo também ser uma corruptela de "Ka’a pora" com intercorrência de "Kuru’pira," possivelmente, mas sem certeza (CUNHA, 1989. p. 536).
Alguns dos nomes que possivelmente deram origem ao caipira representam conhecidas entidades folclóricas dos povos originários do Brasil
— Ka’a pora: significa “habitante do mato,” sendo uma entidade representada por uma menina indígena, destacada por proteger animais silvestres;
— Kuru’pira: significa “corpo de menino,” sendo uma entidade categorizada por um menino indígena de pés virados para trás, cuja suas principais funções são voltadas a preservar a natureza e proteger animais silvestres vulneráveis a caça.
Os exploradores caipiras, que até então eram mais conhecidos paulistas, e, em alguns casos também como "piratas," devido suas ações (NOVINSKY), ficariam conhecidos pela denominação de "bandeirantes" a partir do século XIX, termo cunhado para definir um grupo específico que agia por vontade própria, sem interferência da coroa ou igreja.
De acordo com alguns estudos, o termo 'bandeirante' apareceu, pela primeira vez, como registro gráfico no ano de 1871 (MACEDO, 2013).
Todos os bandeirantes que se têm registro eram do sexo masculino, sendo eles meninos maiores de 16 anos ou homens adultos. Apesar de 16 anos ser a exigência, possivelmente o mais jovem a adentrar os sertões desconhecidos, como bandeirante ou não, foi Bartolomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante homônimo, apelidado de Anhangüera. Quando começou a acompanhar seu pai nas expedições, era um adolescente de 10 a 12 anos de idade. Esses desbravadores são normalmente retratado como homens de barba, fortes ou mais ou menos fortes, trajando roupas especiais, como um gibão de couro, chapéu, e às vezes com botas, e algumas raras vezes vezes descalços.
Partiam sempre de São Paulo com o objetivo de desbravar o interior da América do Sul ou do Brasil, é por esta razão que nos dias de hoje, São Paulo é conhecido como "Estado Bandeirante." Mas de homens fortes e grandes desbravadores, o caipira passou a ser retratado como uma pessoa subdesenvolvida, ignorante, analfabeta, feia, sinônimo de quem que só conseguia sobreviver no campo, enfim, tudo de negativo que se possa imaginar. Essa versão estereotipada do povo caipira se originou dos diários de viagem escrito por exploradores europeus, nomes como Augustin de Saint-Hilaire, Johann Spix e Carl von Martius.
Em outros momentos da história, fora do Brasil, o termo "caipira" já era utilizado de forma pejorativa, por exemplo, durante a Revolução do Porto, quando os liberais, a partir de 1832, passaram a chamar os partidários de Miguel I de Portugal de "caipiras," um apelido cuja clara intenção era ofender, levando em consideração que os miguelistas foram apelidados de "burros" entre 1828 a 1832 (Revista de História das Ideias (1989). p. 351).
Naquela época, o termo era popularmente utilizado no Brasil para se referir a pessoas que habitavam zonas rurais, há inclusive o registro de algumas pessoas com o sobrenome "Caipira," e creio eu que isto tinha a mesma lógica do "Silva," que no período colonial funcionou um sobrenome genérico dado a pessoas de origem selvagem.

Preconceito

O cidadão caipira, desde muito tempo enfrenta dificuldades para ser incluído como parte da sociedade brasileira, podemos observar que no século XIX, período então denominado Império do Brazil, os senadores já tentavam impor obstáculos à criação de cursos jurídicos na região da Província de São Paulo, por considerar que, em clara referência à linguagem caipira, ali a população se comunicava através de "feios vícios de linguagem." O povo de São Paulo, próprios os caipiras, cujos são os originais “paulistas,” independentemente da classe social, passou a ser acusado de corromper o vernáculo português (FERREIRA, p. 9), ainda houve quem alegasse que a língua caipira "contaminaria" os futuros bacharéis, oriundos de diferentes regiões do país (AMARAL, 1920).
Então entramos no século XX, onde já nos encontrávamos num "novo país," agora denominado República dos Estados Unidos do Brazil, como diz o nome, uma república baseada no sistema dos Estados Unidos da América, modelo tão desejado pelo povo de São Paulo, ou ao menos pela maioria dos políticos. Seria neste século em que visões estereotipadas dos europeus sobre o povo caipira seriam amplamente divulgadas entre a sociedade, tendo sua figura-chave o escritor Monteiro Lobato...

Jeca Tatu e derivados

José Bento Renato Monteiro Lobato era um paulista natural de Taubaté, à época uma pequena localidade no Vale do Paraíba. Lobato foi uma grande personalidade brasileira, se destacou na literatura por ser pioneiro no lançamento de obras consideradas "infantis," como A Menina do Narizinho Arrebitado (1920), O Saci (1921), O Picapau Amarelo (1939), entre muitas outras. Não posso deixar de mencionar que Lobato também foi a pessoa responsável pelo pidgin ítalo-paulista, muito popularizado por Juó Bananere entre a sociedade italiana, passar a ser conhecido como paulistaliano.
No mundo literatura, Lobato se tornaria o principal responsável por reforçar a ideia de um caipira totalmente estereotipado, o retratando como um povo incivilizado que (sobre)vive exclusivamente na roça. No jornal O Estado de S. Paulo, publicou em 1914, um artigo intitulado Velha praga, dando origem ao personagem Jeca Tatu, qual seria uma representação de um caipira do interior de São Paulo, descrito pelo autor como um "caboclo, parasita da terra, uma espécie de homem baldio, seminômade, não adaptado à civilização, mas vivendo à margem dela, na penumbra das zonas fronteiriças," desta forma, para Lobato, o caipira, ou o que ele tentava representar em seus textos, nada mais era que uma praga a ser combatida, comparado a um sarcopte;
Alguns trechos sobre o caboclo de Monteiro Lobato:
Chega silenciosamente, ele e a sarcopta fêmea. Esta com um filhote no útero, outro ao peito, outro de sete anos à ourela da saia — este já de pitinho na boca e faca à cinta. Completa o rancho um cachorro sarnento — Brinquinho —, a foice, a enxada, a pica-pau, o pilãozinho e sal, a panela de barro, um santo encardido, três galinhas péva e um galo índio (…)
Em três dias uma choça, que por eufemismo chamam casa, brota da terra como um urupê (…)
Enquanto a mata arde, o caboclo regala-se: Êta fogo bonito!
Com o sucesso de seu personagem, mais tarde surgiria a versão física do Jeca, interpretada por Amácio Mazzaropi em um filme de 1959, representando um caipira que segue suas características — ser simples, preguiçoso e viver no interior de São Paulo, além de sempre trajar roupas simples da roça, e em alguns casos, com a aparência mal cuidada.
Pouco tempo depois, na década de 1960, inspirado em Francisco Antônio Bento, paulista morador de Santa Isabel, o cartunista Maurício de Sousa deu origem ao personagem Chico Bento, categorizado como um menino de 8 anos que se destaca por um forte linguajar caipira da região, também possuindo negatividades, sendo um típico ladrão de guaiavas.
Chico Bento era retratado como um menino ignorante, e um dos motivos era sua linguagem, sempre carregada de elementos caipiras. Um outro elemento que, com certeza não poderia faltar na descrição de um caipirinha estereotipado, é justamente a preguiça, o personagem de Maurício de Sousa era um típico caipira preguiçoso, “im currução,” como os caipiras diriam.
Evolução do Chico Bento (extraído do blog Arquivos Turma da Mônica)
Na nova versão de Chico Bento, como parte da Turma da Mônica Jovem, o personagem migra para a cidade grande e acaba por perde seus costumes naturais, como a linguagem.
Se de fato, Chico Bento foi inspirado nas características do Nhô Francisco Bento, que era tio-avô de Maurício, o personagem em sua primeiras versões, coincidentemente tinha fortes semelhanças com o Jeca Tatu, algo que também pode ser observado pela aparência, vestindo roupa xadrez, pé descalço e, para completar, a falta de dentes, que é uma característica de uma pessoa ‘feia,’ segundo o padrão de beleza que a sociedade criou.
Popularizando estes personagens, ainda mais entre as crianças, o caipira passou a ser comparado a eles, a comunidade caipira passou a ser vista como um núcleo de gente simples, formada por pessoas ignorantes, malvestidas e sempre usando um chapéu comum feito de palha, ou às vezes apenas como habitante da roça.
Além da literatura, o estereótipo também é difundido durante as festas juninas que ocorrem durante o verão em todo o Brasil, onde pessoas se enfeitam com chapéu de palha e roupas remendadas que geralmente seguem um padrão ao estilo xadrez, tal jeito de se trajar que é normalmente, de forma pejorativa ou não, denomina-se por caipira, mas por se tratar de uma festa que ocorre em todo o Brasil, o estereótipo é evidente.

Abrasileiramento, traduções erradas

Em outros idiomas, como o inglês, o termo caipira nunca foi utilizado, apesar disso, os tradutores brasileiros frequentemente tentam associar termos como hillbilly, redneck, country e outros como sendo a versão inglês do "caipira," apesar de não haver nenhuma ligação cultural ou etimológica que possa relacionar
Em tradutores online de 2023, se traduzirmos, do português, "música caipira" para o inglês, a tradução que aparece é "country music," além da tradução ser errada e desrespeitosa a um histórico estilo musical, em tradutores como o do Google, que é o mais popular do mundo, ela foi confirmada como sendo "correta," embora todos que têm a capacidade de raciocinar saibam que música caipira e música country, apesar de serem relacionadas à vida no campo, são ao mesmo tempo, estilos musicais diferentes, de povos diferentes, seja pela forma como os estilos musicais são executados, seja pela história.
Tradução explicitamente incorreta, mas revisada como \"correta\" por usuários
Com certeza eu não poderia deixar de fazer algumas outras capturas de tela. Para não acusar apenas um, fui em quatro tradutores online diferentes, os mais conhecidos atualmente, sendo eles, os americanos Google Translate mais o Microsoft Bing, o alemão Deepl e o russo Yandex.
Alguns, contendo o mesmo texto, ou um texto que segue quase que a mesma lógica, apresentam versões diferentes, no entanto, a confusão cultural se faz evidente:
I. Google Translate
https://preview.redd.it/19wzbv8o43tc1.png?width=720&format=png&auto=webp&s=18c1402d9232a7d7ef1596fedc6db971b90958ae
II. Microsoft Bing
https://preview.redd.it/cqzh52ap43tc1.png?width=900&format=png&auto=webp&s=4b95b7f2a93ff53d66880e6b4214d36b44ad8c9c
III. Deepl
https://preview.redd.it/kn6nf7cq43tc1.png?width=899&format=png&auto=webp&s=f9721ba5348ee17f9b67b56a610b017254aecdf4
IV. Yandex Translate
https://preview.redd.it/csvh7ebr43tc1.png?width=900&format=png&auto=webp&s=7c6d5fb570e1d39362168414fa1edb29bcebb969
Nas quatro imagens acima podemos ver que, ao escrever o texto de exemplo "rednecks, hillbillies, bumpkins, hicks and yokels are terms for rural American people,” ou um mais generalizador como "are rednecks, hillbillies, bumpkins, hicks and yokels american rural people," o único que traduziu corretamente, sem criar confusão cultural, foi o Deepl. Embora este serviço alemão de tradução tenha feito um bom trabalho, isso não exclui ele totalmente do que eu denomino como "caipirofobia," uma vez que, infelizmente ainda há muita confusão cultural da mesma forma como há nos demais tradutores, evidente quando traduzimos termos depreciativos ou culturais estrangeiros relacionados ao campo e logo associa ao povo caipira, isso é algo que com o decorrer do tempo possa ser corrigido.
Todas essas traduções, se é que podem ser chamadas de "traduções," exaltam a ignorância e são desrespeitosas, seja com o caipira, seja com outras comunidades, uma vez que o termo “caipira,” que significa literalmente “cortador de mato” em tupi, sendo a denominação dada aos bandeirantes pelos índios, hoje representa tecnicamente um grupo étnico, um povo, que como todo povo, é composto por uma rica cultura, onde há estilo musical próprio, danças folclóricas e uma linguagem original.
Não se pode dizer que hillbilly, redneck e outros são a mesma coisa que o caipira, ou que o caipira é a mesma coisa que "roceiro" e "campestre," portanto, quando os tradutores associam uma cultura à outra, eles estão sendo os verdadeiros ignorantes.
Pode traduzir "caipira" para o inglês ou para outros idiomas? Obviamente sim, assim como judeu é traduzido como "jewish" ao inglês, e nós judeus não nos incomodamos, pois não há nenhum problema em relação a isto; a incoerência é pegar um termo já existente como os mencionados anteriormente e tentar associá-los a um grupo cultural, fazendo de conta que caipiras seriam pessoas brancas, pobres e, possivelmente preconceituosas, como os rednecks (segundo o Cambridge Dictionary), pessoas rurais ou que vivem em zonas montanhosas como os hillbillies (segundo o Cambridge Dictionary), pessoas pouco sofisticadas e ignorantes como os bumpkins (segundo o Urban Dictionary, 2004), pessoas estúpidas e sem experiência como os hicks (segundo o Cambridge Dictionary), pessoas ingênuas que vivem fora da cidade grande como os yokels (segundo o Merriam-Webster) ou possivelmente rurais, como se entende o que é "country" (todos foram ou ainda são abrasileirados como “caipira”), é o mesmo erro que um falante de língua inglesa comete ao chamar o povo romani de "gypsy," comumente chamados assim porque antigamente tinha-se a crença de que eles vieram do Egito, que em inglês, é Egypt.
E é claro, o caipira não é apenas tratado como uma espécie de abrasileiramento para diversos termos de língua inglesa, cujos são associados à cultura da América, vemos isto quando convertemos o português a diversos outros idiomas.
Um outro grande exemplo de caipirofobia baseada em tradução feita propositalmente errada, seguindo a cartilha do abrasileiramento, o caso desta vez é sobre o site/projeto São Paulo City, que em 23 de novembro de 2016, poucos dias depois do Dia do Bandeirante, utilizou do termo 'caipira' como provável substituição de termos, que acredito ser hillbilly ou country. O objetivo nada mais era que falar de um estabelecimento texano localizado em São Paulo.
https://preview.redd.it/w9r3pwgw43tc1.png?width=917&format=png&auto=webp&s=8f5cd5623dbb301652769679d36224c7302cb106
O São Paulo City foi estabelecido por Miguel Garcia, morador da capital, que motivado a divulgar a cultura paulistana, criou este nobre projeto. Mai ché, o título da publicação é justamente "A cultura caipira norte-americana no coração de São Paulo," e isto, além de destruir a concepção de o que é a cultura caipira em seu contexto real, ainda mais para quem é leigo ou tem pouco conhecimento cultural, o autor menciona o termo 'caipira' muitas vezes na publicação, como se 'caipira' tivesse se tornado algum elemento cultural do Texas. Além de ser um desrespeito à cultura caipira, não há um grande respeito pela cultura "norte-americana," ou melhor, possivelmente à cultura texana, quando você tenta associá-la a outra cultura, cuja é bem distinta, independentemente se denominá-la por 'caipira' seja uma tentativa de ser informal para que todos os ignorantes possam se sentir atraídos pelo título e assim compreender. Ou será que algum "norte-americano," como forma de representar a cultura tradicional do Texas, tocará viola caipira, dançará catira e usará expressões caipiras? Pois bem, essas são algumas das definições de o que se conhece como cultura caipira.
Mas de forma inegável, o São Paulo City é de fato, um bom projeto, que dá valor a São Paulo, mas de certa forma é irônico ao mesmo tempo em que um projeto que dá valor às culturas da capital esteja passando uma concepção completamente incorreta sobre o que é a cultura caipira, que é justamente o que podemos qualificar como sendo a raiz identitária de São Paulo.

A Língua Caipira

Uma das características mais conhecidas do povo caipira, é sem dúvidas, o seu modo de falar, que tem uma origem altamente controversa.
A língua dos caipiras é falada na região Centro-Sul do Brasil, em uma região histórico-cultural que os mais tradicionalistas caipiras, e também os povos tradicionais do litoral, os caiçaras, preferem denominar como “Paulistânia,” como o nome pode indicar, é basicamente a extensão de quase tudo o que é ou que já foi considerado paulista, podendo ser melhor definida como um agrupamento de toda as tradições de São Paulo e suas variações, que neste caso seria a cultura caipira e a cultura caiçara.
Alguns argumentam que ela se trata de uma língua de origem indígena, especificamente tupi, enquanto outros dizem que ela é uma língua de origem europeia, derivada do galego ou do português arcaico, com influências de línguas da península itálica, havendo também algumas pessoas que consideram ela como uma simples variação do português brasileiro, embora seja carregada de influências europeias ocidentais e não uma variação genuinamente relacionada ao português brasileiro.
Essa língua é considerada um dialeto da língua portuguesa totalmente relacionado ao português brasileiro, mas assim como uma língua comum, a língua dos caipiras possui palavras próprias e uma grafia, que em muitos casos, é diferente do que hoje se considera como língua portuguesa, havendo a preservação de elementos do antigo galego medieval, notáveis influências castelhanas, catalãs e do antigo geral paulista, também denominado tupi austral por Carl F. P. von Martius, um dos exploradores que foi mencionado no início, isto faz questionar, se de fato, caipira é apenas um dialeto ou uma língua bastante próxima do português, como o mirandês e o galego. Pode até parecer loucura, mas é algo sério.
O renomado poeta paulista Amadeu Amaral, em seu livro de título Tradições Populares, na página 83 da edição de 1971, fez a seguinte afirmação:
A linguagem do nosso caipira é uma adaptação da antiga linguagem popular portuguesa, da qual conserva intactos, ou quase intactos, muitos elementos arcaizados.
Amadeu Amaral foi o pioneiro na documentação da língua dos caipiras, em 1920 publicou um famoso estudo linguístico de título O Dialecto Caipira, que apesar de na introdução haver algumas afirmações polêmicas, como a concepção de que o "genuíno caipira" seria um ser ignorante e atrasado, neste livro, o autor faz uma ampla cobertura do modo de falar do povo caipira, descrevendo os principais aspectos gramaticais, incluindo o registro de várias palavras caipiras, em comparação com o português do Brasil vigente.
Amaral acreditava que o modo de falar do povo caipira se originou do português arcaico, recebendo influências de línguas indígenas da América do Sul, e em seu livro, em vez de dialeto, para ele, o que há, na realidade é uma linguagem caipira. Muitas das palavras caipiras documentadas por Amaral foram anteriormente registradas por Cornélio Pires, grande folclorista caipira, que inclusive era seu primo.
Caipiras Amadeu Amaral e Cornélio Pires
Para outros, levando em conta que, em São Paulo, a língua mais falada antigamente era a geral paulista, descendente do tupi arcaico, acreditam que o caipira é o resultado de um 'português ruim' originado desta dificuldade dos caboclos de São Paulo em se adaptar à língua portuguesa, que se tornou obrigatória e oficial em todo o Brasil no ano de 1758.
A língua dos caipiras, além do português (em especial do dialeto gaúcho e arcaico), como foi mencionado, ela recebeu diversas outras influências linguísticas, e quando não é vista como um erro de português, é tratada geralmente como um "dialeto" da língua portuguesa brasileira, no entanto, é nítido que ela não evoluiu a partir desta, possuindo diversas palavras, das quais, muitas nunca fizeram parte do que se conhece hoje como português brasileiro;
Alguns exemplos de palavras:
  • Mensonha ➝ Mentira — origem no galego medieval;
  • Aíva ➝ Mau, mal, mofino — origem na língua tupi, entrando em contato com o caipira pela língua geral paulista;
  • Parêja ➝ Jugo, parelha — origem no castelhano;
  • Antonce ➝ Então — origem no castelhano;
  • Riba ➝ Cima — origem controversa, no catalão ou árabe, mas adotada ao vocabulário caipira certamente por influência castelhana;
  • Arriba ➝ Acima — etimologicamente originou-se do latim ad rīpam, pode ter sido adotada pelo caipira por influência catalã, galega ou castelhana;
  • Çucre ➝ Açúcar — etimologicamente veio do sânscrito sakara, significando "grãos de areia." Como se tornou uma palavra caipira é algo incerto, mas a maior probabilidade é que se originou no francês antigo, onde era escrito "çucre," exatamente igual à forma como o caipira pronuncia. O francês antigo pode ter entrado em contato com qualquer outra língua europeia que esteve presente em São Paulo e assim influenciado, até que um dia 'çucre' se tornou uma palavra caipira, enquanto a versão oficial em países de língua portuguesa "açúcar," bastante diferente, é uma variação do árabe as-sukkar, adotada por influência moura;
  • Nhô ➝ Senhor — geralmente grafado com N maiúscula, se originou de dialetos espanhóis possivelmente, cuja grafia raiz seria ño (MARROQUIM, p. 202). Significa simplesmente “senhor.” Sua versão feminina é Nhá. Curiosamente, no Brasil, além das versões caipiras, há também o Seu e Siá no dialeto do Nordeste, há também o Sô do dialeto mineiro, que hoje é mais reduzido a expressões como "tchê," "mano," "cara," raramente usado no sentido original.
Algumas das palavras, mencionadas acima, e muitas outras, originalmente possuíam grafias diferentes, cujas foram modificadas ao entrar em contato com o povo caipira;
Alguns outros exemplos:
  1. Parêja, originada da língua castelhana, onde se escreve originalmente “pareja,” diferindo apenas pela falta de um acento circunflexo na letra “e.” Etimologicamente veio do latim tardio, pariculus;
  2. Antonce, claramente de origem castelhana, cuja grafia original seria entonces ou, no castelhano medieval, entonce. O caipira substituiu o "E" inicial por um "A" e definitivamente removeu o "S" do final;
  3. Piá, originalmente uma palavra tupi, transliterada de forma similar “pyá,” significando, originalmente, "coração," possuindo também outro significado, que é fígado (MARTIUS, p. 85). Na língua caipira, curiosamente essa palavra perdeu seu sentido original, que de coração, carinhosamente passou a significar "menino," levando em conta que o coração é um órgão muscular popularmente associado aos sentimentos de amor, e pyá, numa forma afetiva e informal, passou a ser associada aos meninos, os portadores do amor;
  4. Malemá, termo que significa “mais ou menos.” Veio da expressão portuguesa “mal e mal,” que na língua caipira, soaria um estranho “mar i mar,” caso seguisse a regra simplista. É uma palavra perfeita, pois o caipira para ‘mas’ usa “mai,” e para ‘ou’ usa “ô,” certamente um “mai ô meno” não soaria nada natural;
  5. Talequá, surgiu no mesmo exemplo de malemá. O talequá é uma junção de palavras portuguesas, com correspondência literal a “tal qual,” significando "exatamente igual" ou "de mesma maneira;"
  6. Inzempro, originou-se de "exemplo," e assim como muitas outras palavras portuguesas que começam com ex-, como exame, exato, existe, o caipira na maioria dos casos alterou o ex- por um inz-, neste caso também substituiu o L por um R;
  7. Inguá, outra palavra caipira bem diferente da original em português. Inguá originou-se do português “igual,” onde o caipira adicionou um “N” após o I, um acento agudo no “A” e removeu o L do final. A acaipirização do termo "igual” pelo surgimento de ‘inguá’ é o mesmo exemplo sobre outras palavras mencionadas anteriormente na questão do “inzempro,” também em outros exemplos, como em "eleição" que foi transformada em "inleição." Essa transformação é comum em algumas palavras que contém sílabas pretônicas.
  8. Nhô, geralmente escrito com N maiúsculo, também aplicado no caso do feminino Nhá, o que parece ser um costume entre muitos antigos caipiras; é um tratamento que significa literalmente "senhor," possivelmente originado do castelhano, de pronuncia similar: ‘nyo.’ É provável que seja uma derivação do tratamento “ño,” cujo se fazia comum nas zonas rurais da América Latina, em especial na Argentina, em regiões de cultura gaúcha.
Lembrando que, antes de O Dialecto Caipira, não havia uma padronização linguística caipira, então é normal encontrar palavras que significam a mesma coisa, mas que possuem uma ou mais letras diferentes, ou palavras diferentes que significam a mesma coisa; em textos caipiras, às vezes há um çucre, outra hora um açucre, depois assucre, etc.
Apesar de todos esses detalhes, onde podemos ver suas características próprias que poderiam transformar o dialeto caipira, ou ajudar ele a ser melhor preservado, passados mais de um século após o início da documentação desta língua, ainda não vimos nenhuma diferença, continua sendo tratada como um erro de português ou como uma linguagem do meio humorístico, quase sempre inconsistente e sem seguir regras de padronização
Em 2022 foi divulgado um estudo realizado por membros da Universidade de São Paulo em localidades como Santana de Parnaíba, Itu, Sorocaba, Porto Feliz, Pirapora do Bom Jesus, Capivari, Piracaia e Tietê. A pesquisa, realizada com jovens de 18 a 25 anos, adultos de 36 a 55 anos e idosos com mais de 60 anos, apontou que o vocabulário caipira tem muitas semelhanças lexicais com a língua galega. Cerca de 82,4% das palavras do vocabulário caipira de seu estado de origem correspondem às unidades lexicais do galego.
O mesmo estudo mostrou que, embora ainda seja popular, o dialeto caipira estaria provavelmente caindo em desuso entre a população jovem e mulheres, embora esse resultado seja duvidoso para muitos, sabe-se que no Brasil, o que é tratado como "dialeto caipira" não tem o mesmo valor que outros dialetos regionais, como o hunsrückisch e o talian, havendo até mesmo a cooficialização ou projetos relacionados a isto.
O dialeto caipira é frequentemente tratado como errado, "sotaque errado" ou "erro de português" pelos brasileiros, o que prejudica a cultura caipira, e de fato, há uma grande possibilidade da língua dos caipiras desaparecer no futuro, aliás, caso não seja preservada, é certeza que isto vai acontecer, assim como ocorreu com o velho tupi austral, morto no início do século XX, perdendo espaço em São Paulo para o português e italiano, e infelizmente, o 'dialeto' ou a 'língua' irão sumir, e o que irá restar do falar caipira será, possivelmente o sotaque, ou talvez nem isto. Fato é, muitas das palavras caipiras documentadas por Amadeu Amaral sequer são utilizadas hoje, vemos que é um problema antigo quando, mesmo na época da publicação, ele já relatava palavras caipiras que caíram em desuso entre o povo.

Música e censura

A música caipira, em língua caipira, "musga," compõe um dos elementos culturais mais antigos do Brasil, surgido em São Paulo com a catira, estilo musical que os jesuítas portugueses utilizavam para catequizar os indígenas, combinando música a base de viola e danças ritualísticas indígenas. Na catira, existia-se o ritmo recortado, que tornar-se-ia um padrão da música caipira, presente nas modas de viola e pagodes caipiras (PEREIRA, p. 31)
O estilo musical que mais representa São Paulo começou a sair do isolamento para ser evidenciado no cenário cultural brasileiro, apenas na década de 1920, quando, quem já mencionei anteriormente, Cornélio Pires, montou uma equipe musical com artistas do interior, a Turma Caipira, que contava com participações de Alvarenga e Ranchinho, Jararaca e Ratinho, Raul Torres, Florêncio, Caçula e Mariano, dentre outros nomes.
Esse gênero musical, que, reunido por Nhô Cornélio, o pioneiro e principal divulgador do folclore do estado, passou a ser denominado “sertanejo,” foi gravado pela primeira vez em 1929, na capital do estado caipira, oficializando esse momento histórico a partir do lançamento de Jorginho do Sertão, canção composta pelo próprio Cornélio e interpretada pela dupla Caçula e Mariano.
Com o tempo, a música caipira, acaba por perder sua essência e, recebendo influências estrangeiras, sobretudo do México e Estados Unidos, mais tarde abrangendo outras culturas, chega o momento em que ela é "recriada," passando a ser denominada "sertanejo universitário" no final do século XX, desta forma o sertanejo ficou dividido entre um gênero do campo e um gênero da cidade.
Desde o seu surgimento, os sertanejos universitários têm sido muito criticados pelos mais tradicionais, surgindo termos depreciativos como sertanojo (sertanejo + nojo) e termos que poderiam distinguir um estilo do outro, como sertanejo raiz e música de raiz, nomenclaturas que referem-se ao mais tradicional sertanejo, ou a versões que já passaram por algumas influências estrangeiras, mas que não perderam completamente alguma essência caipira, como o sertanejo de Tião Carreiro.
As divisões entre o sertanejo vão além de como as músicas são executadas, um exemplo é o trecho da música Nóis é caubói, de autoria de Édson Fernandes, cantada pela dupla Cézar e Paulinho. Embora a letra, apesar dos erros, possua alguns elementos da língua caipira e seja cantada em um gênero musical de origem justamente caipira, porém em uma variação universitária aproximada do country, ela sobretudo dá valor à cultura dos Estados Unidos e rebaixa o caipira aos moldes de Lobato. Para ser mais direto, são novos sertanejos que, utilizando de um linguajar acaipirado, literalmente 'cospem' na origem da própria música sertaneja:
Nóis é country é caubói, Nóis é fazendeiro — Nóis tem gado, nóis tem roça e nóis tem dinheiro — Nóis tem vaca, nóis tem porco, Nóis tem galinheiro — Nóis tem carro, tem carroça, Nóis é motoqueiro — Nóis tem pinto, tem galinha e nóis tem muié — Nóis não é caipira, Nóis não tem bicho de pé — Nóis semos lindo, nóis é herói — Nóis é mocinho, nóis é preiboi — Nóis semos lindo, nóis é herói — Nóis é metido, nóis é caubói — Nóis tem currar, nóis tem rancho — Nóis nascemo aqui — Nóis tem dois mitisubichi, Nóis tem jet iski — Nóis tem celular e bipi, Nóis tem internete — Nóis é rico, nóis é chique — Com nóis ninguém se mete — Nóis tem música de viola — E nóis tem cede — E nóis tem orgulho de ser macho pra valer.
A canção retrata um homem que vive no campo e que, acompanhado de diversos padrões do português, utiliza muitas palavras e elementos que compõem a língua caipira, como "preibói," "nóis," "nóis tem," "nóis é," etc., mas mesmo com todas as características na linguagem e nos elementos da música, como a referência à viola, ele se contradiz, negando a identidade caipira, que para ele, seria sinônimo de feiura e atraso social.
A negação da identidade caipira pode também ser observada a partir do título, onde diz "Nóis é caubói." Os caipiras de antigamente, com certeza até Cornélio Pires, pioneiro na gravação da música sertaneja, certamente estranharia tal comportamento, pois além de muitos caipiras se considerarem caubói, o que em inglês é o mesmo que boiadeiro ou vaqueiro (equivalente ao velho “gaúcho”), se tornou comum em algumas comunidades caipiras a presença de trajes do Texas, além da nítida mudança no estilo musical.
Em 2006, Daniel Buarque, redator do jornal Folha de São Paulo, em tom de crítica à “evolução” da música caipira, fez o seguinte comentário:
A aparência atual do gênero [sertanejo/caipira] está mais para um caubói hollywoodiano, som sai da guitarra, teclado e apresenta batidas eletrônicas, as letras são melosas e românticas (Folha de São Paulo: Dialética do jeca, 2006)
Esta foi a primeira avaliação sobre música tradicional de São Paulo e sua decadência, agora em relação à censura, podemos relembrar os tempos moralistas que se iniciaram no Brasil em 1946, quando o velho inimigo de São Paulo em 1924 e em 1932, o presidente Eurico Gaspar Dutra, criou o Serviço de Censura de Diversões Públicas.
A perseguição à cultura caipira ocorreu especificamente no auge do regime militar, que se iniciou em 1964, depois de um golpe de Estado em 31 de março, que depôs o presidente João Belchior Marques Goulart, estabelecendo assim um legítimo governo militar pouco depois, que se tornaria cada vez mais rígido conforme o tempo passava.
Os ataques ao povo caipira não foram sistematizado, eles se destacaram quando as músicas do cantor e compositor Adoniran Barbosa foram censuradas e vetadas, inclusive as gravadas em tempos anteriores ao regime militar. As músicas caipiras, inclusive seus títulos, foram as principais motivações de sua censura, o cantautor foi obrigado a trocar as letras caipiras para o português brasileiro formal. De acordo com a pessoa responsável pela censura, Eugênia Costa Rodrigues, as músicas foram vetadas por serem de péssima qualidade, "falta de gosto," como ela mesma insinuou.
Para evitar problemas com o sistema, Adoniran decidiu lançar um álbum com várias músicas gravadas na década de 1950, o que não adiantou muito, já que mais cinco de suas músicas seriam vetadas posteriormente. Devido a linguagem, vista como "errada" pelos padrões gramaticais brasileiros, explícita na música Samba do Arnesto, que trazia em seus versos muitas palavras de origem caipira. O sistema de censura só permitiria a publicação de suas músicas, caso ele as regravasse sem incluir palavras caipiras ou elementos que soassem estranhos para a ortografia da época. Na letra da música Tiro ao Álvaro, o sistema de censura observa palavras como "táuba," "revórve" e "artomórve," concluindo que seria uma composição esquisita e imprópria para ser divulgada, por não seguir a “gramática” de qualidade aos padrões brasileiros.
Para que as músicas não caíssem em censura, Samba do Arnesto e Tiro ao Álvaro teriam de passar por conversões, se tornando "Samba do Ernesto" e "Tiro ao Alvo," infelizmente pelo "dialeto" caipira não ter autonomia, é o que acontece, sendo muitas vezes abordado como "erro de português."
Em suma, das vinte e duas músicas de Adoniran Barbosa, Já Fui uma brasa e O casamento do Moacir tiveram o mesmo destino, sendo consideradas canções de "péssimo gosto" pela mulher responsável por uma parte da censura durante aquele regime militar.
Em decorrência da censura, Adoniran Barbosa parou de gravar e morreu em novembro de 1982, quando o Brasil ainda vivia sob um governo militar.

Notas

  • CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi, 1989. São Paulo.
  • NOVINSKY, Anita. A conspiração do silêncio: uma história desconhecida sobre os bandeirantes judeus no Brasil. São Paulo
  • MACEDO, Tairone Zuliani de. As origens e evoluções etimológicas dos termos sertão e sertanejo, Anais do VI Seminário de Pesquisa da Pós-Graduação em História PUC. Goiás: UFG, 2013.
  • FERREIRA, Elton Bruno. Cornélio Pires e o dialeto caipira, 2018. Guarulhos.
  • AMARAL, Amadeu. O Dialecto Caipira, 1920. São Paulo.
  • Revista de Histórias das Ideias, Universidade de Coimbra, 1989. Coimbra.
  • Cambridge Dictionary, 2023.
  • Urban Dictionary, 2004.
  • Merriam-Webster, 2023.
  • AMARAL, Amadeu. Tradições Populares, 1976. São Paulo.
  • MARROQUIM, Mário. A língua do Nordeste (Alagôas e Pernambuco), 1934. São Paulo.
  • MARTIUS, Carl Friedrich Philipp von. Glossaria linguarum brasiliensium, 1863. Erlangen.
  • PEREIRA, Synclair Antonio Vieira. O cio da terra: diálogos entre a música caipira e a globalização, 2017. Sorocaba.
  • Daniel Buarque, Folha de São Paulo, 2006.
submitted by Danfosky to u/Danfosky [link] [comments]


2024.04.05 16:52 DurangoGum La magia de CRT (Tele de tubo)

Los muchachos hace poco estaba volviendo a jugar el Resident Evil 4 (Original 2005), su versión mejorada que había salido en ps4 y xbox one en su momento.
Pese a su enorme calidad en texturas y demás yo sigo defendiendo mi postura en que antes se veía mucho mejor, en una gamecube y con una tele CRT. La atmósfera, las texturas, la estética, todo está hecho para verse en una CRT, para que los pixeles de esas teles completen la imagen completa.
Siempre escucho de gente que vuelve a comprar una ps2 para revivir viejas glorias y terminan diciendo "che, que mal se veía había sido". El problema está en donde lo jugamos; la mayoría en una tv hdmi.
Los juegos de antes de la llegada del hdmi se hacían pensando en el formato 4:3, los pixeles de esas tv de antes que eran super apreciables. El color, las texturas e incluso el tamaño de las letras de los juegos (que eran enormes jsjs) se adecuaban a ese formato.
Los pixeles completaban el todo de la experiencia final.
Así que, como resumen, para sus ps2, ps1, snes, y toda consola sin entrada hdmi, usen la tele vieja de tubo que pesa 10 kilos, ver los juegos moverse en una pantalla para los que fueron hechos es un deleite.
submitted by DurangoGum to PyGaming [link] [comments]


2024.04.04 18:01 ExtremamenteSimples Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024

Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024
Sem tempo de elaborar seu plano de aula de português?Baixe plano de aula pronto para português para todos os anos do Ensino Fundamental 1, 1 ano, 2 ano, 3 ano, 4 ano e 5 ano. São planos prontos e alinhados com a BNCC 2024. O material é detalhado, de altíssima qualidade é 100% editável no word. E o melhor! São adaptáveis às diferentes realidades escolares.

✅Para Baixar, Plano de Aula PORTUGUÊS 1° ao 5° ano 2024, acesse: https://planodeaulapronto.my.canva.site
Você também pode acessar através do QR-CODE na imagem ABAIXO.
Plano de Aula PORTUGUÊS 【do 1° ao 5° ano】 Conforme BNCC 2024
Professor, baixe Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS do 1° ao 5° ano, fundamental l de acordo com a BNCC 2024. Você recebe Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 1° ano Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 2° ano, Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 3° ano, Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 4° ano e Plano de Aula Pronto de PORTUGUÊS para o 5° ano. Além de Atividades com gabarito e Avaliações para os 4 bimestres. São Materiais editáveis no word, adaptáveis as diversas realidades escolares e seguem à risca a BNCC 2024...
submitted by ExtremamenteSimples to PLANO_DE_AULA [link] [comments]


2024.03.24 23:25 Prestigious-Guide958 ¿Me podrían ayudar con una encuesta? 🙏🏼

Que onda amigos de la CDMX, a todos aquellos que les guste la onda cyberpunk o futurista
¿Me podrían apoyar respondiendo esta encuesta rapidísima 🤝🏼? Es para una tarea 🕴🏼
  1. ¿Qué efectos visuales te gustaría ver en la imagen de un artista musical cybergoth?
  2. ¿Que tipo de música o letra, te recordaría más fácilmente a un artista cybergoth o cyberpunk?
  3. ¿En un concierto, que clase de show te gustaría ver por parte de un artista cybergoth?
  4. ¿Que redes sociales serían mejor para seguir y conocer a un artista cybergoth?
  5. ¿Qué colaboraciones musicales, visuales, artísticas con el estilo cybergoth y cyberpunk te gustaría ver?
submitted by Prestigious-Guide958 to AskMexico [link] [comments]


2024.03.24 22:11 Prestigious-Guide958 Cyber music

Amigos de Reddit ¿me apoyarían con esta encuesta rapidísima? Es para una tarea 🤖
  1. ¿Qué elementos visuales esperarías encontrar en la imagen de una artista musical cyber-goth?
  2. ¿Qué tipo de música o letras crees que debería caracterizar a una artista cyber goth?
  3. ¿Qué tipo de conciertos o eventos en vivo te gustaría ver de un artista cyber goth?
  4. ¿Qué plataformas de redes sociales serían las más efectivas para seguir a un artista musical cyber goth?
  5. ¿Qué tipo de colaboraciones artísticas te parecerían interesantes para un artista cyber goth?
submitted by Prestigious-Guide958 to Cyberpunk_Music [link] [comments]


2024.03.22 01:53 Capivara2666 Odeio Tatuagem

Primeiro de tudo, não me entendam mal. Trabalho num emprego bom e pago minhas contas, vivo hoje num lugar bonito e confortável, estou de bem com a vida. Segundo, aqui é um lugar para desabafos, significando que podem poupar palavras para me convencer de algo ou dizer que estou errado. Não precisa: conheço os argumentos e quero apenas expressar meu ponto de vista. Por fim, minha atitude geral é "viva e deixe viver": cada um cuida melhor da sua própria vida do que a dos outros, e o que outros fazem ou deixam de fazer na sua vida pessoal é algo para o qual se lixa. Se você acredita que o Bolsonaro está preparando a segunda vinda de Jesus na Terra, o problema é teu. Só não vem me chatear, assim como não me chateia também pelo assunto desse tópico, beleza?
Odeio tatuagem. Sério, que parada mais vulgar e nos dois sentidos do termo: vulgar de ordinário, povinho, de ralé anônima, e vulgar de brega, cafona, de baixo calão. Acho uma lástima a popularização disso, assim como é de se lamentar que uma estrada pitoresca ou uma cidadezinha outrora charmosa hoje em dia fica coberta de letreiros, placas e anúncios para compor um quadro de poluição visual. As causas de ambos são, aliás, quase as mesmas.
Tatuagem é expressão de um consumismo rasteiro. Num mundo onde as referencias se esvaem e a identidade no meio da multidão é incerta, tenta-se compensar isso através da afirmação de nossa tão preciosa individualidade pagando-se por uma injeção de tinta. Meus parabéns. Da mesma maneira que alguns pensam ser muita coisa porque compraram e andam com o carro do ano, porque para eles dinheiro faz o ser, quem se tatua reproduz a mesma mentalidade de autoafirmação através do consumo. Por mais contraculturais e "de esquerda" que alguns julguem ser, reproduzem no íntimo a mesma mentalidade que faz a alegria do mercado.
E com bons motivos para isso. Já que hoje se substitui o ser pelo ter e, cada vez mais, o ter pelo mero parecer, compensa parecer descolado, ousado, parecer como a moda e viver de aparências, em vez de cultivar quem se é. Mas surpresa! não é porque você tatuou um leão que você é mais valente, nem porque tatuou uma borboleta que é mais delicada. Haja ingenuidade para pensar que a projeção de si através de imagens (compradas) corresponde a ou revela quem você realmente é. Mas vá em frente, dizem alguns, compre e cubra-se de tatuagens antes de completar 20 anos, porque sua personalidade muito rica já evoluiu aí o suficiente para trazer símbolos definitivos vida gravados na pele
Entretanto, tatuagem demonstra para mim uma ausência de originalidade. O yin-yang, a tribal, a frase de feito ou letra de canção ou - modinha da vez - o apanhador de sonhos gravados para expressar sua individualidade especial já foram repetidos a exaustão. Vejo uma e pondero: só mais um qualquer, portanto vulgar, por aí. Isso para não falar daqueles brilhantes que pesquisam na internet ou perguntam no Reddit sobre sugestões de tatuagem, para tatuarem algo de muito pessoal ou único. Antes fosse outra cara do Mickey, a Sininho ou um código de barras, embora nada - absolutamente nada - se salva aqui.
"Ah, mas minha tatuagem é cheia de significado!". "Ah, tatuei algo muito especial para mim: a data da morte do meu cachorro Totó". Porra, então usa essa exuberância e vontade de homenagear para algo mais útil. Doa a grana para um grupo de apoio para animais abandonados, para moradores de rua, vai carpir um terreno ou ler um livro, em vez de banalizar não sei o que e desfigurar-se à toa. "Ah, tatuei uma pimentinha para mostrar o quanto sou picante" - caramba, para de acreditar em imagens! Significado profundo você é capaz de encontrar uma pedra parada no chão - vai pensar e fazer algo em vez de gastar, deixa de ser Maria ou Mário-vai-com-outras. Como já se disse, a pele é o mais profundo. E, penso eu, não carece de figurativos.
submitted by Capivara2666 to opiniaoimpopular [link] [comments]


2024.03.22 01:48 Capivara2666 Odeio Tatuagem

Primeiro de tudo, não me entendam mal. Trabalho num emprego bom e pago minhas contas, vivo hoje num lugar bonito e confortável, estou de bem com a vida. Segundo, aqui é um lugar para desabafos, significando que podem poupar palavras para me convencer de algo ou dizer que estou errado. Não precisa: conheço os argumentos e quero apenas expressar meu ponto de vista. Por fim, minha atitude geral é "viva e deixe viver": cada um cuida melhor da sua própria vida do que a dos outros, e o que outros fazem ou deixam de fazer na sua vida pessoal é algo para o qual se lixa. Se você acredita que o Bolsonaro está preparando a segunda vinda de Jesus na Terra, o problema é teu. Só não vem me chatear, assim como não me chateia também pelo assunto desse tópico, beleza?
Odeio tatuagem. Sério, que parada mais vulgar e nos dois sentidos do termo: vulgar de ordinário, povinho, de ralé anônima, e vulgar de brega, cafona, de baixo calão. Acho uma lástima a popularização disso, assim como é de se lamentar que uma estrada pitoresca ou uma cidadezinha outrora charmosa hoje em dia fica coberta de letreiros, placas e anúncios para compor um quadro de poluição visual. As causas de ambos são, aliás, quase as mesmas.
Tatuagem é expressão de um consumismo rasteiro. Num mundo onde as referencias se esvaem e a identidade no meio da multidão é incerta, tenta-se compensar isso através da afirmação de nossa tão preciosa individualidade pagando-se por uma injeção de tinta. Meus parabéns. Da mesma maneira que alguns pensam ser muita coisa porque compraram e andam com o carro do ano, porque para eles dinheiro faz o ser, quem se tatua reproduz a mesma mentalidade de autoafirmação através do consumo. Por mais contraculturais e "de esquerda" que alguns julguem ser, reproduzem no íntimo a mesma mentalidade que faz a alegria do mercado.
E com bons motivos para isso. Já que hoje se substitui o ser pelo ter e, cada vez mais, o ter pelo mero parecer, compensa parecer descolado, ousado, parecer como a moda e viver de aparências, em vez de cultivar quem se é. Mas surpresa! não é porque você tatuou um leão que você é mais valente, nem porque tatuou uma borboleta que é mais delicada. Haja ingenuidade para pensar que a projeção de si através de imagens (compradas) corresponde a ou revela quem você realmente é. Mas vá em frente, dizem alguns, compre e cubra-se de tatuagens antes de completar 20 anos, porque sua personalidade muito rica já evoluiu aí o suficiente para trazer símbolos definitivos vida gravados na pele
Entretanto, tatuagem demonstra para mim uma ausência de originalidade. O yin-yang, a tribal, a frase de feito ou letra de canção ou - modinha da vez - o apanhador de sonhos gravados para expressar sua individualidade especial já foram repetidos a exaustão. Vejo uma e pondero: só mais um qualquer, portanto vulgar, por aí. Isso para não falar daqueles brilhantes que pesquisam na internet ou perguntam no Reddit sobre sugestões de tatuagem, para tatuarem algo de muito pessoal ou único. Antes fosse outra cara do Mickey, a Sininho ou um código de barras, embora nada - absolutamente nada - se salva aqui.
"Ah, mas minha tatuagem é cheia de significado!". "Ah, tatuei algo muito especial para mim: a data da morte do meu cachorro Totó". Porra, então usa essa exuberância e vontade de homenagear para algo mais útil. Doa a grana para um grupo de apoio para animais abandonados, para moradores de rua, vai carpir um terreno ou ler um livro, em vez de banalizar não sei o que e desfigurar-se à toa. "Ah, tatuei uma pimentinha para mostrar o quanto sou picante" - caramba, para de acreditar em imagens! Significado profundo você é capaz de encontrar uma pedra parada no chão - vai pensar e fazer algo em vez de gastar, deixa de ser Maria ou Mário-vai-com-outras. Como já se disse, a pele é o mais profundo. E, penso eu, não carece de figurativos.
submitted by Capivara2666 to desabafos [link] [comments]


http://activeproperty.pl/