Contexto: por mi casa, se cayo un Árbol que se llevo unos cables y perdí mi conexión con Cant'v (si aun usaba es porquería), bueno desde ese momento vi que por mi basural (la guaira) hay nuevas compañías de inter, entre esta una que se llama G-network, me contacte con ellos y los planes me parecía decentes $40 por 400 megas y sin pagar instalacion.
Bueno los pajuos solo trabajan por sector y comenzaba este mes de mayo a colocar nuevos cajetines por mi zona (convengamos que mi zona es comercial en plena via que conecta todo y no en un cerro), pues el incidente sucedió un 20 de abril y tuve que literal esperar hasta que fuera el 6 de mayo que vinieron a mi humilde home a colocar los cables y la conexión.
Pues como en este pais nada funciona y todo es un coje culo, los susodichos pajuos no pudieron colocarme nada porque el único poste donde podían colocar el cable estaba al lado de un edificio contiguo al mío que una señora no quería que el cable pasase por su platabanda en una esquina, nosotros tuvimos que hablar con la señora porque los empleados de esa compañía eran incapaces de colocar los cables, cabe aclarar que en el edificio donde esta mi home ya hay una persona con conexión con g-network que esta anclado aun poste que literal esta al lado del edificio y la única escusa que dieron estos pajuos fue que "ahí hay mucho cable", luego de pasar casi medio mes sin internet y ver que no se podia hacer nada con los pajuos, decidí llamar a fibex, pero fibex aun no tiene disponibilidad en una zona donde literal no es un maldito cerro, donde esta el hospital principal de catia la mar, donde esta el terminal de pasajeros de catia la mar....
Pues decidí llamar ahora los menores de "inter" luego de escribir y ver que tengo disponibilidad para el plan de 100 megas que en la pagina es de $27 pues llamo a uno de los agentes que me dicen que son $37 mensuales y me quedo como 0.0 coño pero que carajos pasa en este maldito pais con el tema de inter no que supuestamente en esta mierda era lo que se medio había solucionado...
Usen este post para soltar su arrechera (si la tienen) con respecto al internet en un pais quebrado y contar como solucionaron si les interesa les dire como solucione (si es que lo hago coño).
https://preview.redd.it/2booqm84vnzc1.jpg?width=669&format=pjpg&auto=webp&s=be76af68281ef3bf97b764684f585064b8da5683

Imagine as implicações radicais que se seguem. Considere o que significaria se pudesse ser demonstrado que aquilo que os anarquistas em essência afirmam, se confirma no núcleo biológico da estrutura humana. Suponhamos que se verificasse a noção mais óbvia de bom senso de que desejar autonomia e uma ordem social igualitária não equivalia a um desejo utópico, mas reflectia antes uma base psicossomática profunda para a saúde. Não parece uma afirmação controversa que a saúde ou a saúde mental encontrem alguma correlação com uma condição de autonomia. Embora a questão política da autonomia, tal como a da plena autonomia para todos, deva sempre esbarrar na questão do Estado. O estado como conceito geral é frequentemente entendido como uma necessidade. Se não for uma necessidade absoluta; parece ter um lugar arraigado no entendimento popular, como uma necessidade moral inelutável. O caráter geralmente moral do seu imperativo é entendido como nada menos que o cerne da civilização. Sem o Estado, segue-se que a humanidade não teria a estrutura necessária, frustrando a sua descida ao primitivismo e à animalidade, à violência sem sentido. Aceitamos plenamente que, numa palavra, a anti-socialidade é uma característica humana instintiva e que o Estado é um mal necessário – ou bem – necessário para a sua domesticação ou restrição. Há, no entanto, um argumento a ser defendido de que o que passamos a aceitar como uma justificação evidente para a existência do Estado; nomeadamente, o problema da antissocialidade humana; na verdade, deriva mais como consequência de sua própria existência. Dada a grande ambivalência com que os humanos modernos encaram o Estado, e talvez sempre tenham demonstrado, a ideia de que ele existiria por razões contrárias ao que é proclamado, pode não ser, no final das contas, uma realização tão contra-intuitiva. Embora, sem dúvida, os “éons” durante os quais existe lhe confiram a sua qualidade aparentemente necessária, tornando-se, por assim dizer, o equivalente a um princípio de realidade. Uma tentativa moderna de nos reconciliarmos com isso, uma grande ambivalência em nosso âmago, em relação à profundidade de nossa estrutura em conflito com forças de autoridade implicitamente construídas como necessárias, inevitáveis, o cerne da “civilização”, está na história da psicanálise, é claro que foi sucedida pela moderna instituição de psiquiatria. A doença mental, ou o que outrora foi arcaicamente denominado “neurose”, ainda é como então – há cerca de cem anos – um problema bastante omnipresente, embora agora o entendamos em termos diferentes. O que permaneceu constante, no entanto, nesta mudança histórica é a hegemonia de uma forma de pensar que tem como objectivo principal do tratamento da doença mental o ajustamento dos doentes à ordem social tal como ela se apresenta actualmente. Apesar da conclusão histórica de que a gênese da neurose estava intimamente ligada à sociedade como tal; a ideia de que seria possível construir uma ordem social mais saudável era um tabu suficiente, ou uma possibilidade não considerada, para que o psicanalista radical Wilhelm Reich pudesse observar, no seu controverso A Função do Orgasmo, que “aqueles que são a favor de A profilaxia das neuroses deve estar preparada para uma revolução radical de tudo o que produz neuroses. Isto explica por que a profilaxia das neuroses nunca foi um tema de discussão séria e por que era estranha ao pensamento humano.
Há uma história substancial que se estende até o nosso momento atual de combinação dos insights da psicanálise com o pensamento social radical como o do marxismo. Uma tendência que apenas torna ainda mais evidente a razão pela qual uma forma de pensamento psicanalítico que identifica e correlaciona de forma convincente o cerne da neurose com a obediência a ordens sociais autoritárias se encontraria tão marginal na atual indústria do discurso crítico. Por outras palavras, como é que uma teoria da doença mental que afirma radicalmente a sua génese básica se encontra na existência de estruturas estatais e de sociedades de classes; e que, portanto, por implicação, exige nada menos do que a transformação total da sociedade, poderia ficar em segundo plano ou ser totalmente eclipsada por outras teorias hegemônicas cuja premissa última era que as contradições da psicanálise nunca poderiam ser resolvidas e, portanto, por isso implicação de que a sociedade nunca poderia ser transformada verdadeira e adequadamente. Especialmente no domínio da teoria aparentemente revolucionária, é surpreendente que uma forma de pensamento psicanalítico, nomeadamente o pensamento reichiano, se encontre enfaticamente carente de expressão, dada a ciência psicológica que estabeleceu para desvendar um dilema tão crucial para a teoria social revolucionária, como o de a questão “não é por que o indivíduo faminto rouba ou por que o indivíduo explorado ataca, mas por que a maioria dos indivíduos famintos não rouba e a maioria dos indivíduos explorados não faz greve”.
O caráter do pensamento psicanalítico reichiano e o que o comparou radicalmente a uma forma tradicional está na sua capacidade de localizar a “neurose” ou a doença mental do indivíduo, num locus onde o biológico e o sociológico interagem significativamente. Outra forma de colocar a questão é quando há antítese ou conflito básico. O freudismo tradicional, do qual Reich é um afastamento radical, resigna-se fatalisticamente a localizar a antítese primária ou raiz do conflito na gênese da neurose, inteiramente dentro da psique individual, dando assim ao conflito uma qualidade imutável e eterna. A forma hegemónica do pensamento psicanalítico da nossa era actual partilha uma estrutura com esta iteração tradicional, na medida em que também confere ao carácter de contradição interna uma qualidade de ser para sempre insolúvel. Esta é a teoria do desejo atualmente hegemónica que caracteriza o desejo como sendo constituído por uma qualidade fundamental ou universal de “falta”. Parece bastante óbvio, porém, se pensarmos um pouco, que o objeto que está sendo identificado como imutável e imóvel aqui, determinadamente fixo, é o Estado, e uma confusão de suas qualidades materiais com uma espécie de idealismo, ou noção autoritária de um princípio de realidade que é, de facto, plenamente ideológico.
A premissa básica de uma teoria do desejo movida pela “falta” que veria o desejo como o cerne de uma antítese; a fonte de um “conflito” insolúvel que constitui a sua pulsão; é o mesmo que um freudismo original que explica a fonte da contradição interna como originada na psique humana, com exclusão de fatores sociológicos óbvios. O conceito de “pulsão de morte”, por exemplo, foi uma traição aos factos para Reich, cuja ciência demonstra de forma convincente as contradições internas do carácter humano, tais como o tipo de comportamento que se poderia referir como anti-social, que remonta a um aspecto mais primário. antítese entre funções biológicas e sociológicas. A “falta” de um sujeito, portanto, não é uma condição biológica inerente. Mas pode-se argumentar que uma estrutura desejante baseada na “falta” é uma condição sociológica produzida pelo Estado, ou estruturas estatais, que efetivamente obriga alguém a “faltar”. Para aqueles que seriam apanhados na obscuridade impenetrável de uma teoria do desejo baseada na “falta”, especialmente aqueles com um ângulo em direcção à teoria social revolucionária, parece pertinente saber se estes proponentes alguma vez investigaram uma base material precisa para isso. . A base material para a “falta” é claramente a privação, ou a privação artificial imposta pelo Estado.
Um conceito básico de desejo, quando desmistificado, é a combinação de necessidade ou necessidade básica com um “excedente”, ou um componente que vai além de um estado inicial de pura necessidade instintiva. Nas categorias marxistas básicas que Reich também teria empregado como psicanalista radical, há aqui analogia com os conceitos de trabalho necessário e trabalho excedente. A base do lucro é a exploração ou a extracção de um “excedente” compensando apenas o “necessário” após um processo que contém tanto tempo de trabalho “necessário” como “excedente”. Além disso, esta relação inerentemente desigual depende de uma condição sociológica básica, sem a qual o indivíduo explorado não “consentiria” evidentemente com estes termos exploradores. Por outras palavras, é claro que existe uma condição subjacente de coerção, “motivando” ou melhor, impulsionando aqueles que de outra forma certamente não escolheriam ser explorados. Ninguém aceitaria voluntariamente ser privado de toda a extensão do seu gasto energético se não estivesse primariamente privado ou sendo privado das suas necessidades mais básicas para viver, ou dos meios para viver, como é a condição de ser classe trabalhadora. A privação de necessidade torna-se, portanto, um mecanismo coercitivo básico.
A teoria radical da anti-socialidade de Reich, comparada com a tradicional freudiana, era que o principal elemento da psicologia humana, que a psicanálise chamava de Inconsciente, era na verdade uma “camada” da psique que não existia antes da mediação da autoridade, que precisava ser “civilizada, ”mas foi antes um produto da própria autoridade; um resultado das condições sociológicas da civilização autoritária (ou seja, do estado). Como psicanalista proveniente de uma tradição freudiana, um conceito de libido era obviamente central, embora um dos afastamentos radicais de Reich deste status quo tenha sido a afirmação de que o que ele chamava de “energias vitais” regulavam-se naturalmente; que eles não eram “anti-sociais” por natureza, mas assumiram as qualidades da anti-socialidade, através da sua frustração natural. Ele fez disso uma distinção categórica entre qualidades “primárias e secundárias” de impulso ou pulsão, e que a antissocialidade era uma pulsão de natureza secundária, produzida como resultado da frustração da regulação natural primária. Voltando ao conceito de “neurose”, para Reich o seu cerne era o condicionamento à ansiedade pela proibição social da regulação instintiva natural. Foi a habituação à “desregulação” crónica, como consequência de ser forçado a adaptar-se a condições em que a via para a auto-regulação natural é sistematicamente negada. Embora Reich possa não ter necessariamente colocado a questão nestes termos, parece claro, como consequência desta descoberta, que o sintoma da “ansiedade do prazer” no cerne da “neurose” é um condicionamento psicossomático e sociológico mais profundo a uma perda de consciência. autonomia. Por exemplo, escreve explicitamente em The Mass Psychology of Fascism, “o objectivo da supressão sexual é produzir um indivíduo que se ajuste à ordem autoritária e que se submeta a ela apesar de toda a miséria e degradação.”3 A mediação de autoridade que associamos à necessidade moral do Estado, do tipo que pressupõe um óbvio “utopismo” na ideia de autorregulação política natural espontânea, assume uma qualidade ficcional à ideia de política apropriada. a autorregulação se deve em grande parte à concepção da psicologia humana de ser composta por um inconsciente anti-social primário como o da concepção freudiana. No entanto, se a razão da existência do Estado não é regular uma antissocialidade natural primária, como comumente assumimos, mas que a sua função real era de natureza diferente, deve-se naturalmente perguntar qual seria ela; e a resposta geral parece bastante óbvia; que sua função principal é produzir obediência. Uma definição psicanalítica completa do Estado seria, portanto, a privação imposta para produzir obediência. Segue-se que a antissocialidade é uma consequência disso.
A qualidade perversa ou paradoxal da regulação imposta ou a perturbação da regulação natural é a exacerbação das predisposições latentes para a anti-socialidade. A destrutividade primária, segundo Reich, é uma manifestação do instinto de autopreservação. O processo de condicionamento que “torna a criança apreensiva, tímida, obediente, com medo da autoridade, 'boa' e 'ajustada' no sentido autoritário”4 é construído com base na repressão injustificável da regulação natural, e por mais que a sexualidade seja uma parte disso é a raiva natural ou a destrutividade primária. Tal que se fica condicionado não só à ansiedade face à regulação autónoma, mas também à remoção ou tentativa de remoção das fontes de frustração da regulação autónoma (indivíduos famintos a roubar; indivíduos explorados a atacar, etc.). Isto significa que do processo de condicionamento autoritário que as descobertas de Reich deixam claro, das “energias vitais”, uma expressão natural de raiva ou destrutividade primária é suprimida; e na medida em que a lógica da psicanálise insistiria então, na necessidade de que esta “energia” reprimida ou frustrada deve necessariamente ser expressa ou “dirigida” para outro lugar; portanto, isso se torna a base de uma antissocialidade “irracional”, que não está ligada a um desejo “racional”, como a autodefesa ou a libertação, mas que é “pervertida”, transformada em um impulso “secundário”, como aqueles tipos de actos de violência sem sentido a que nós, como humanos modernos, estamos sujeitos como factos quotidianos da nossa existência – ou mesmo os “racionais”, como um interminável complexo militar-industrial.
Se aceitarmos a noção elementar de que a autonomia ou a autorregulação natural está positivamente correlacionada com a saúde – com base nas descobertas de Reich de que a “neurose” se origina num condicionamento geral à perda de autonomia – segue-se que os anarquistas também são capazes de afirmar: que a autonomia individual é impossível sem relações sociais igualitárias; e, portanto, que uma ordem social igualitária seria mais propícia a uma sociedade adequadamente funcional ou saudável. Isso sugeriria que um componente essencial da “neurose” era uma relação compulsória de comando/obediência. As relações sociais hierárquicas, embora necessárias em determinadas situações, parecem plausíveis considerar que, quando injustificadamente ossificadas, como no Estado e na sociedade de classes, manifestam e corporizam uma forma mais “disfuncional” de organização social ou antissocialidade institucionalizada. Pode-se aceitar que o Estado como força de coerção é necessário por várias razões, tais como a facilitação da ordem ou da “harmonia”, mas no que diz respeito à reivindicação específica quanto à sua necessidade moral de controlar a anti-socialidade, é mais do que evidente que a hierarquia social social as relações acima de tudo facilitam a eficiência e a conveniência de muitos objectivos, sendo a exploração muitas vezes o principal deles, devido à natureza essencial das relações sociais hierárquicas como dominação. É difícil pensar num impulso mais fundamentalmente “anti-social” do que este.
A afirmação de que a “harmonia” só é possível através dela também é duvidosa se regressarmos à teoria reichiana das “camadas” e das pulsões primárias versus secundárias. A “camada anti-social” para Reich está ligada, poder-se-ia dizer, numa antítese intratável, à “camada superficial” mais elevada, ambos produtos da mediação original de autoridade. O resultado paradoxal ou perverso desta imposição da autoridade estatal é que a criação forçada de uma camada superficial da estrutura do caráter humano, que se poderia supor estar correlacionada com os fins de produzir obediência, necessariamente também gera uma profunda, e crucialmente, para os propósitos de compreender a “neurose”, camada insolúvel de “antissocialidade” ressentida subjacente. Um conceito que se pode utilizar para capturar este resultado bloqueado, paradoxal ou perverso, determinado sociologicamente, mas biologicamente operacional, pode ser um sentimento de coerção/neurose. A ideia seria que fosse o cerne da exacerbação fundamental da anti-socialidade constituindo um estado imutável de relações sociais hierárquicas, ou o Estado. A “harmonia” que é capaz de produzir é, portanto, sempre ténue, “superficial”, pois a base da sua ordem deve necessariamente depender da geração simultânea de um ressentimento mais profundo e de uma natureza anti-social, que é funcionalmente insolúvel. A “harmonia” centralizada, de natureza principalmente coagida, nunca poderá superar o problema da anti-socialidade, pois na medida em que a controla, também a exacerba.
Tal dinâmica constitui a base para uma crítica psicanalítica radical das estruturas estatais por serem fundamentalmente incapazes de superar os ciclos viciosos de antissocialidade e “neurose” que elas geram para si mesmas, como consequência da sua própria estrutura. Eles são incapazes de se tornarem saudáveis, “doentes mentais” num sentido muito material. O problema é que a forma atual de psicanálise “radical” hegemónica não consegue, por qualquer razão, identificar isto como um problema inerente ao Estado, e não à condição humana como tal.
Pareceria que isto é redutível a uma incompatibilidade fundamental de perspectivas teóricas que remonta genealogicamente ao afastamento original entre Reich e Freud. É onde colocaram o locus da antítese das “pulsões”, que ambos os psicanalistas concordaram que formavam a base de uma quantidade desnecessária de sofrimento humano. Para Reich havia uma componente sociológica inegável, as relações sociais autoritárias, desempenhando um papel importante na sua génese, e assim a transformação da sociedade, da natureza fundamental das relações sociais, era uma parte indispensável do tratamento da doença mental, na verdade, mesmo na sua “profilaxia” geral. Reich escreveu no Capítulo VII de A Função do Orgasmo, em uma crítica ao “masoquismo biológico”, ou à noção de pulsão de morte:

“As massas trabalhadoras sofrem graves privações de todos os tipos. Eles são governados e explorados por algumas pessoas que exercem o poder. Na forma da ideologia e da prática de várias religiões patriarcais, o masoquismo prolifera como ervas daninhas e sufoca todas as reivindicações naturais de vida. Isso mantém as pessoas em um estado abismal de submissão. Isso frustra as suas tentativas de chegar a uma ação racional comum e os imbui do medo de assumir a responsabilidade pela sua existência. Faz com que os melhores esforços para a democratização da sociedade fracassem. […] As pessoas são de facto submissas à liderança autoritária do Estado da mesma forma que o indivíduo é obediente ao pai todo-poderoso. Contudo, como a rebelião contra a autoridade ditatorial, contra o pai, era considerada neurótica, enquanto a conformidade com as suas instituições e exigências era considerada normal, eram necessárias provas contra ambas as afirmações: primeiro, que não existe masoquismo biológico; segundo, que a conformidade com a realidade atual, por exemplo, a educação irracional ou a política irracional, é em si neurótica.”

Não é elemento constituinte da subjetividade humana que o desejo assuma uma forma negativa (“falta”). A antítese primária em que se baseia esta condição psicossomática não é inerente a pulsões, instintos, uma estrutura biológica de desejo, mas existe em padrões sociológicos de condicionamento comportamental, nos quais se argumenta aqui que tal condicionamento autoritário à falta de autonomia , resulta tanto na produção de obediência quanto na exacerbação da antissocialidade, formando em última análise a base de uma estrutura negativa de desejo. A sua negatividade, ou qualidade de ser movido por uma compulsão para preencher um vazio que nunca poderá ser preenchido, é a consequência de um mecanismo coercivo como o da privação da necessidade de produzir obediência; mas neste caso a privação equivale, em essência, a uma manipulação do desejo, onde desta forma a sua “insaciabilidade” é um produto do obscurecimento das condições de apropriação compulsória da “energia excedente”. No entanto, uma elaboração sobre esta hipótese está além dos nossos propósitos atuais. Que seja a abertura de um caminho potencial a seguir, sobre o qual assenta uma conclusão preliminar.
Por enquanto, esperamos que seja suficiente chegar à conclusão afirmando que um desejo positivo provavelmente encontraria o seu correlato político natural em ordens de mutualidade e voluntarismo. Considerando que o desejo negativo como tal parece a indicação de uma compulsividade inconsciente subjacente, sem dúvida impulsionada por um ambiente sociológico coercitivo governado pelo Estado e pelas estruturas capitalistas. Em essência, esta crítica construída sobre premissas reichianas sustenta que o impulso à autonomia e, portanto, a ordens sociais igualitárias é um desejo mais primário do que o da dominação secundária e da exploração da autoridade e do Estado, uma condição que a humanidade também pode desejar, embora não naturalmente, biologicamente, mas como uma consequência sociológica do condicionamento comportamental. A nossa incapacidade de reconhecer esta dinâmica é ou um reflexo da infeliz necessidade de que a estrutura da ordem social existente esteja em vigor como um dado constituinte da realidade, ou é um testemunho poderoso da capacidade dessa ordem social para condicionar os seus sujeitos em sendo incapaz de conceber fora dos ditames do seu paradigma. A marginalidade do pensamento reichiano e a hegemonia das teorias psicanalíticas incompatíveis com o seu enquadramento são plausivelmente um sintoma desta mesma condição.
O crítico social americano Randolph Bourne disse certa vez desta forma: A guerra é a saúde do Estado. Provavelmente um truísmo agora, quando ele escreveu isso num manuscrito então não publicado em 1918, um caminho sensível a seguir nesse sentido provavelmente teria parecido possível. Suponha, como a maioria faria, que esteja correto. Quais são as implicações?